segunda-feira, julho 20, 2015

Efeito Syriza? Em Espanha Podemos afunda-se nas sondagens

Sondagem do ABC coloca partido de Pablo Iglesias atrás de PP e PSOE. Crise grega reforça votos nas formações tradicionais. A recuperação da economia espanhola e a crise na Grécia, são estas as duas realidades que Narciso Michavila, diretor do instituto GAD3 dá para explicar a queda do Podemos na última sondagen que realizou e foi ontem publicada no diário espanhol ABC. Segundo o estudo, baseado em mil entrevistas feitas entre 23 de junho e 8 de julho (depois da vitória do Não no referendo grego, mas antes de o primeiro-ministro Alexis Tsipras ter chegado a acordo com os credores em Bruxelas), o partido de Pablo Iglesias passa para terceira força política em Espanha, caíndo de 21,1% na mesma sondagem realizada em janeiro para 15%. O Partido Popular do primeiro-ministro Mariano Rajoy mantém-se quase inalterado: baixa apenas de 29,3% para 29,1% dos votos. Quem sobe são os socialistas de Pedro Sánchez - o PSOE passa de 19,2% para 25,5%, recuperando o segundo lugar. A outra subida é protagonizada pelo Ciudadanos de Albert Rivera, que em seis meses duplica as intenções de votos. de 6,3% para 12,1%. A seis meses das eleições e com os resultados ainda frescos das regionais e municipais de maio - que viram o PP vencer, mas perder quase todas as maiorias absolutas, bem como a chegada ao poder nas grandes cidades de movimentos cidadãos apoiados pelo Podemos -, os espanhóis parecem ter voltado a confiar nos partidos tradicionais. "Em 2012 o PP, sobretudo, perdeu votos por causa do aumento de impostos e da reforma laboral. Mas agora, os eleitores mais moderados dos populares começam a comparar Espanha com a Grécia e pensam, bom, não pedir resgate foi difícil, mas teria sido pior se tivéssemos pedido", explicou à Reuters Narciso Michavila, cuja empresa é conhecida por ser próxima do PP. Há três anos, Espanha esteve à beira de pedir ajuda financeira internacional, mas acabou por precisar de apoio apenas para salvar os bancos. A recuperação levaria mais um ano até acontecer, mas agora o Fundo Monetário Internacional prevê um crescimento de 3,1% da economia espanhola para 2015. Uma realidade que, aliada à queda gradual do desemprego (mesmo assim está nos 22,5%), permitiu a Rajoy baixar os impostos antes das eleições previstas para novembro (DN-Lisboa)

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