Conheca a história do falso casamento
de Mustafa Setmarian, o fundador da Al-Qaeda em Espanha e o número quatro da
organização até à morte de Osama Bin Laden. Ruivo, olhos verdes, um metro e
setenta e barba. Era assim a aparência do jovem sírio Mustafa Setmarian ou Abu
Musab al Asuri, que no dia 10 de julho de 1985, casou na Conservatória do Registo
Civil de Madrid com Pilar Toledo, uma jovem de 29 anos. Ela desconhecia que o
seu futuro marido era também o fundador da Al-Qaeda em Espanha, e o número
quatro da organização, até à morte de Osama Bin Laden, conta o jornal espanhol El
País. Mustafa Setmarian foi o homem que fundou o núcleo de representação do
grupo terrorista Al-Qaeda em Espanha, liderado até 2011 por Osama Bin Laden,
ano em que foi morto. Foi também o responsável pela propagação da ideologia
salafista (movimento reformista islâmico) e da jihad islâmica (guerra santa) em
Espanha, que motivaram o aparecimento das primeiras células jihadistas
dedicadas ao recrutamento, financiamento e envio de combatentes para a Bósnia,
Chechênia e Afeganistão. O FBI (Agência Federal de Investigação norte-americana)
chegou a oferecer 4,5 milhões de euros pela sua cabeça. Conservatória do
Registo Civil de Madrid, que obteve nacionalidade espanhola, de acordo com a
pesquisa realizada pela Comissária Geral de Informação Policial, diz o El
País. No entanto, a sua ‘falsa’ esposa desconhecia as suas verdadeiras
intenções: as de obter uma autorização de residência, e mais tarde, a
nacionalidade espanhola para se poder deslocar dentro da Europa. Na semana
passada, foram tornadas públicas fotografias do sírio-espanhol, natural de
Aleppo na Síria, ao lado de Osama Bin Laden, comprovando o que anunciara aos
seguidores: que se tinha despedido de Bin Laden com um beijo e um abraço nas
cavernas de Tora Bora, no Afeganistão, local onde o número um da organização
terrorista se manteve escondido durante vários momentos da guerra dos Estados
Unidos no Afeganistão, como resposta ao atentado terrorista da Al-Qaeda às
Torres Gémeas norte-americanas, a 11 de setembro de 2001. Anos mais tarde após
o seu casamento, Mustafa avançou com o seu divórcio com Pilar. A advogada
encarregue de tratar dos documentos para o divórcio e também da sua
nacionalização, afirmou que não tinha “nenhuma suspeita de que fora um
casamento falso” e que se “limitou a preparar os documentos”, diz o El País
(fonte: Observador. Esta notícia pode ser lida também no El Pais)