quarta-feira, fevereiro 26, 2014

Relvas abriu empresa de consultoria este mês



Escreve o DN de Lisboa que “o antigo ministro intensifica atividade empresarial no mês em que regressa a cargo político. Passos Coelho tem o ‘ braço direito’ à disposição para batalha eleitoral de 2015. As últimas atividades empresariais de Miguel Relvas mostram que o regresso à política – para o órgão maior do PSD entre congressos, o conselho nacional – não significa um abrandamento da atividade profissional de consultor. O antigo ministro constituiu, aliás, este mês uma empresa de “consultoria para os negócios e gestão”, que tem o nome de “M. F. Relvas – Planeamento Estratégico, Lda”. Relvas é o sócio- gerente da empresa ( detém 74%) e tem como parceiro de sociedade a filha Filipa Relvas ( com 26%). A empresa está sediada na atual morada do antigo ministro e foi constituída a 3 deste mês na 4. ª Conservatória do Registo Comercial de Lisboa. O antigo “homem do aparelho” do PSD tem intensificado a vida profissional como consultor empresarial desde que saiu do Governo, em abril de 2013. Reativou também outra empresa com o mesmo objeto social ( a Integrabalance, Lda) que era unipessoal, mas que em janeiro deste ano Relvas transformou em sociedade por quotas, cedendo uma participação de 4% a Filipa Relvas, que foi ganhando protagonismo nos negócios do pai. Filipa chegou a ser designada gerente da Integrabalance, empresa que terá – de acordo com contas apresentadas de 2013 – um ativo de 439 888 euros e que fez em 2011 ( último ano de atividade antes de Relvas ser ministro) 193 193 euros em “vendas e serviços prestados”. A vida empresarial de Miguel Relvas – que assenta agora nestas duas empresas – passa essencialmente pelo triângulo Angola- Brasil- Moçambique. Opera por exemplo na área energética. No Brasil, são conhecidas as suas ligações a um importante advogado do Rio de Janeiro, Paulo Eloísio de Sousa. Este foi em agosto um dos responsáveis pela escolha do ex- ministro para alto- comissário da Casa Olímpica da Língua Portuguesa no Brasil. Uma opção motivada pelo seu “conhecimento da realidade dos países de língua portuguesa”. A escolha de Relvas para número um da lista de Passos Coelho ao Conselho Nacional do PSD apanhou o partido completamente de surpresa. Dirigentes próximos de ambos disseram ao DN que o líder do partido quis recompensar o seu velho amigo pela forma abrupta como se desencadeou a sua demissão. Relvas tinha pedido a Passos para sair, desgastado que estava com a permanente polémica em torno da sua licenciatura. Só que o primeiro- ministro não o deixou e Relvas perdeu o controlo da agenda, saindo empurrado pelas circunstâncias – a inspeção à U. Lusófona movida pelo Ministério da Educação que poderia anular o seu título académico. No discurso de demissão, Relvas fez questão de lembrar que passara por ele a ascensão política de Passos. Agora o líder “laranja” reabilita- o, mesmo sabendo que isso ensombraria um congresso que lhe correu genericamente bem. Há na cúpula do partido quem ache que a agenda telefónica de Relvas será indispensável a Passos na preparação da campanha de 2015. E que a “reabilitação” do ex- ministro serve também para o líder moderar o poder interno crescente de Marco António Costa, coordenador do partido. O DN tentou falar com Miguel Relvas, que estará ainda no Brasil, de onde enviou o mail com a assinatura que o oficializa no novo cargo. O dirigente disse apenas que nada tinha a acrescentar à declaração que fez à Lusa no sábado. “O mais relevante, neste momento, é dar o meu contributo ao meu partido, num projeto liderado por Passos Coelho, em que sempre acreditei.”