sábado, fevereiro 08, 2014

Governo aguarda BdP para decidir entrada da Guiné Equatorial no Banif

Diz o DinheiroVivo que “o Banif assinou um memorando de entendimento para que uma empresa da Guiné Equatorial injete 133,5 milhões de euros no banco, permitindo assim concluir o processo de capitalização. A entrada de um investidor da Guiné Equatorial no capital de um banco que recebeu ajuda do Estado está a gerar controvérsia. O governo, que detém a maioria dos direitos de voto do Banif e conta com dois administradores não executivos, ainda não se pronunciou sobre a possível entrada de uma empresa da Guiné Equatorial no Banif. E está à espera que o regulador (Banco de Portugal) se pronuncie primeiro sobre o caso. Até lá, não fará qualquer comentário, nem tomará posição. No final de dezembro, no entanto, o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, Luís Campos Ferreira, mostrou-se convencido de que a Guiné Equatorial possa integrar a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), onde hoje tem apenas o estatuto de observador, o que revela, pela primeira vez, a existência de alguma abertura a que o negócio se possa concretizar. A Guiné Equatorial, disse Campos Ferreira, tem um “caminho a percorrer, quer na promoção e uso efetivo da língua portuguesa quer em matéria de direitos humanos, designadamente a adoção de uma moratória sobre a pena de morte”.
Ana Gomes contesta, BdP mantém-se calado
A possibilidade de a operação se poder concretizar mereceu ontem as críticas ferozes da eurodeputada socialista Ana Gomes, que promete levar a questão à Comissão Europeia. “Este é mais um caso em que tenho de me pronunciar, no sentido de pedir à Comissão Europeia para agir e não deixar que se concretize uma intervenção num banco que está a ser resgatado com fundos emprestados no quadro do resgate a Portugal - e que vão ser pagos pelos contribuintes portugueses -, ainda por cima quando é um esquema de lavagem de dinheiro de um regime corrupto e criminoso”, disse à Lusa a eurodeputada Ana Gomes. “Acho inacreditável que isto possa acontecer e espero que o Banco de Portugal e a CMVM cumpram o seu papel e não permitam que isto avance, porque é extremamente perigoso para o Banif”, acrescentou. O Dinheiro Vivo tentou obter uma reação do Banif, mas o banco não quis fazer qualquer comentário. Também o Banco de Portugal recusou fazer comentários, sendo que um dos pontos que terá de avaliar é a idoneidade deste possível acionista de referência. Caso a operação se concretize - como hoje parece provável -, a Guiné Equatorial pode ficar com uma posição a rondar os 11% do Banif - o que lhe dá direito a ter assento no conselho de administração - diminuindo a participação do Estado, que poderá passar a ter menos de 50% dos direitos de voto na instituição. No âmbito da ajuda pública para capitalizar o banco, o Estado injetou 1100 milhões de euros no Banif, ficando como acionista maioritário. Do montante total, 700 milhões foram em ações e 400 milhões em instrumentos de dívida convertíveis em ações (CoCos)”