sexta-feira, dezembro 30, 2011

Açores: ao longo do próximo ano o desemprego poderá chegar aos 13%

Revela o Correio dos Açores que "Rui Bettencourt, director regional do Trabalho e Formação Profissional, tem dois cenários previsíveis para a evolução do desemprego nos Açores e em ambos o número de desempregados vai crescer. Em sua opinião, a manter-se o clima de instabilidade na economia europeu com reflexos no país e na Região, o desemprego pode subir à volta de três por cento nos Açores, chegando aos 13%. Já se a economia europeia se tornar mais estável, pode haver uma tendência para a estabilização do desemprego no arquipélago. O director regional do Trabalho e Formação Profissional, Rui Bettencourt, admitiu ao ‘Correio dos Açores’ que o desemprego nos Açores pode atingir os 13% ao longo do próximo ano, três pontos percentuais acima da taxa de desemprego de Novembro último. Rui Bettencourt faz depender a evolução do desemprego nos Açores de factores externos. “Há duas evoluções possíveis”, diz. “Uma mais contida e outra mais complicada. Se a banca não se entender a não se resolver o problema as dívidas soberanas, vamos ter dificuldades acrescidas” nos Açores, admite. Neste cenário, o desemprego na Região “aos 12 a 13% “Tudo é possível se somos confrontados, diariamente, com novas dificuldades ao nível do funcionamento da Europa. Em contrapartida, prossegue o director regional, “se os europeus se entenderem, se encontrarem uma liderança, se houver uma solução mínima das questões de financiamento da nossa economia e do crescimento da economia europeia, aí prevemos alguma minimização do desemprego”. Quando Rui Bettencourt é confrontado com o facto de o desemprego estar a crescer de forma vertiginosa nos Açores, procura logo a comparação com a evolução do fenómeno na Madeira. Nas suas palavras, a Madeira “tem apenas mil pessoas de diferença na população em relação aos Açores (255 mil nos Açores, 246 mil na Madeira de acordo com os últimos Censos). No entanto, na Madeira há 18 mil desempregados enquanto nós temos nove mil. Claro que a Madeira subiu no mesmo ano, - Novembro de 2010 e Novembro de 2011 -, 3 mil desempregados como nós. Claro que, em termos percentuais, três mil em 18 mil é muito menor do que três mil em nove mil. Ou seja, parece um aumento muito maior nos Açores porque a base é muito menor. Nós temos metade dos desempregados da Madeira”, sustenta. O facto é que, explica, “tínhamos há um ano seis mil desempregados e passámos para nove mil. E três mil em seis mil desempregados dão 59%. Já a Madeira tinha 15 mil e passou para 18 mil desempregados, e mais três mil em 15 mil dá 18% de aumento do desemprego”. “Parece que a Madeira subiu menos mas, de facto, a Madeira subiu como os Açores. Nós temos é muito menos desemprego”, completou. Rui Bettencourt releva o facto de a população activa na Região passar, nos últimos anos, de 90 mil trabalhadores para 110 mil. “Nós implementámos um certo número de estratégias para passar pessoas que estão em inactividade para actividade. Nos últimos anos aconteceu que todos os anos entraram três mil jovens, por ano, no mundo do trabalho e entraram mil mulheres inactivas para o mundo do emprego. Em termos globais, entraram 4 mil pessoas por ano no mundo do trabalho e saíram duas mil para a reforma”. Ou seja, completa o director regional, “houve um aumento de 2% a mais por ano de trabalhadores. Esta evolução demográfica nos Açores tem de se manter nos próximos tempos. Espero que estes meses que passaram e os próximos meses, sejam um parêntesis nesta evolução. Temos de retomar rapidamente o nosso crescimento”, completa”.

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