terça-feira, dezembro 20, 2011

2011 em retrospectiva

Como viram os portugueses o ano de 2011, que está a terminar, através da análise dos dados do Barómetro Político da Marktest.

Intenção de Voto

No decorrer de 2011 observaram-se algumas oscilações no que diz respeito à intenção de voto, tendo como protagonistas os dois partidos com maior percentagem de intenção de voto: o PS e o PSD. O PS, que iniciou o ano com uma intenção de voto de 26.3%, encerra 2011 com apenas 19.7%, de acordo com os dados do Barómetro Político de Novembro - o último de 2011. Já no PSD a variação foi inferior; em Janeiro a intenção de voto neste partido foi de 46.1%, chegando a Novembro com 45.4%. Registe-se ainda que ao longo de 2011 o PSD obteve sempre a primeira posição em termos de intenção de voto, exceptuando o mês de Abril em que o PS foi o primeiro partido. Este partido viria a ganhar as eleições de 6 de Junho deste ano e a formar Governo em coligação com o CDS-PP, partidos que nesse acto eleitoral obtiveram 38.65% e 11.70% dos votos. Relativamente aos restantes partidos com assento parlamentar, observa-se uma alternância sobretudo em termos de terceira e quarta posição. A coligação CDU (PCP/PEV) registou em Janeiro 7.8% de intenção de voto, acabando 2011 com 7%, sendo a terceira força política em termos de intenção de voto (posição que mantém desde Julho). O CDS-PP que iniciou 2011 com 7%, termina o ano com 6.9%, tendo atingido um pico de 9.7 em Junho (quando se tornou a terceira força política em termos de intenção de voto). O Bloco de Esquerda foi o partido onde se registou uma maior oscilação entre o início e o fim do ano em análise. Iniciando 2011 com uma intenção de voto de 6%, terminou este ano com 4.1%. É ainda de salientar que o Bloco de Esquerda tem sido a última força política em termos de intenção de voto desde Abril.
Saldo de Imagem
No que respeita ao saldo de imagem, o Presidente da República, Cavaco Silva, iniciou 2011 com um saldo de imagem de 15.2%, terminando em Novembro com 5.1%. Em 2011 o valor mais baixo registado por Cavaco Silva foi -9.3% em Abril. Em relação aos líderes partidários com assento parlamentar, verifica-se que os portugueses avaliaram estes políticos de forma negativa. Em relação ao líder do PS as grandes diferenças em termos de saldo de imagem correspondem à eleição de um novo líder para este partido. O ex-primeiro-ministro e ex-líder do PS, José Sócrates, encerrou a sua liderança no final de Junho com um saldo de imagem de -38.9%. Em Setembro (quando foi retomado o Barómetro Político Marktest), já com António José Seguro como líder do PS, o saldo de imagem do líder deste partido foi de -3.3%. É ainda de acrescentar que António José Seguro, até à data ainda não obteve um saldo de imagem positivo. Pedro Passos Coelho, líder do PSD e eleito Primeiro-ministro no início de Junho, iniciou 2011 com um saldo de -3.3%, registando em Abril o saldo mais baixo do ano (-22.8%) e encerrando em Novembro com -5.3%.

Em termos de valor médio anual, José Sócrates líder do PS (considerando os valores entre Janeiro e Junho de 2011) foi claramente o líder partidário com o valor médio mais baixo, de -42%. O actual líder do PS (considerando os meses de Setembro, Outubro e Novembro) também não foi além de um saldo médio de imagem de -21.8%. O líder do PSD e Primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, também registou um saldo médio de imagem negativo (-5.6, quando em 2010 o seu saldo médio de imagem foi de 5.6%). Da mesma forma, os líderes do PCP, CDS-PP e Bloco de Esquerda registaram em 2011 um saldo médio de imagem negativo, respectivamente, -1.4%, -6.3% e -13.1%. Apenas o Presidente da República, Cavaco Silva alcançou um saldo médio de imagem positivo: 5.2%, ainda assim, muito inferior ao registado em 2010 (28.9%).
O saldo de imagem resulta da diferença entre as opiniões positivas e as negativas, ponderada pelo peso das respostas expressas.
Índice de Expectativa
No que respeita ao índice de expectativa, 2011, particularmente o mês de Outubro, registou o valor mais baixo de sempre: 13.7%. É ainda de assinalar que nos meses em análise (Janeiro a Novembro), sete meses registaram pessimismo acentuado (quando o valor do índice de expectativa é inferior a 25%) e apenas nos meses que precederam as eleições legislativas, pessimismo moderado (quando o valor do índice de expectativa está entre 25 e 50%).
Nas duas componentes deste índice, observam-se oscilações consoante o mês em análise. No início do ano, a expectativa face à situação económica pessoal foi mais elevada comparativamente à expectativa face à situação económica do país. Já nos últimos dois meses, os portugueses manifestaram expectativas mais elevadas face à situação económica do país do que relativamente às suas famílias em particular.
O Índice de Expectativa é um indicador recolhido regularmente pela Marktest desde Março de 1990, junto de indivíduos com 18 e mais anos, residentes em Portugal Continental. Para a aferição do índice utilizamos uma base de cerca de 800 entrevistas (fonte: Marktest.com, Dezembro de 2011)

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