segunda-feira, fevereiro 28, 2011

Carlos Costa contraria Governo com défice nos 7%: pergunto se o fez apenas porque lhe apeteceu?

Li no DN de Lisboa um texto do jornalista Luís Reis Ribeiro, segundo o qual "o défice orçamental de 2010 valerá 7% do Produto Interno Bruto (PIB) e não menos de 7%, como defendeu recentemente o Governo. Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, disse esta manhã, na conferência da Reuters/TSF, que os últimos dados disponíveis relativos à execução orçamental de 2010 apontam para um défice de 7%. Recentemente, o secretário de Estado do Orçamento afirmou em entrevista ao Jornal de Negócios que era alta a probabilidade de o défice ficar abaixo desses 7%. Em todo o caso, quando algum destes valores for confirmado, eles reflectem um resultado orçamental acima da meta definida: o Governo compromete-se com um défice de 7,3% em 2010 e de 4,6% este ano.Com o primeiro-ministro, José Sócrates na primeira fila da audiência, Carlos Costa repetiu o retrato algo negro que faz da economia portuguesa e questionou a sustentabilidade e o potencial do actual modelo produtivo. Para o banco central, a economia deverá ter crescido 1,4% no ano passado, mas o governador também reparou no contínuo declínio da taxa de crescimento potencial, como reflexo da redução contínua do crescimento da produtividade do trabalho, do capital e da produtividade total dos factores. Portugal precisa de recuperar a confiança dos investidores internacionais, sendo que esta confiança depende não só do nível de endividamento como da capacidade de reembolso, que, por sua vez, é função do crescimento do produto potencial e da natureza do processo de desenvolvimento. Quanto aos bancos, Carlos Costa considera que estão saudáveis, não colocando qualquer barreira ao desenvolvimento da economia. Mas recomendou às instituições que cumpram as novas regras de capitalização (Basileia III) e procedem a desalavancagem dos seus negócios, isto é, captem mais depósitos, reforcem os capitais próprios e concedam menos crédito". Pergunto: será que alguém acredita que o governador do Banco de Portugal resolveu contrariar a poucos dias da Cimeira da União Europeia as estimativas do governo socialista, só porque lhe apeteceu? Ou será que esta declaração está ligada a acontecimentos...futuros próximos?!

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