Li aqui um texto da Lusa que revela que "oito em cada dez jornalistas seniores da Europa, Médio Oriente e África já sentiram as consequências dos cortes de custos nas redacções devido à crise económica e consideram que a qualidade do jornalismo diminuiu. Um estudo realizado durante o mês de Fevereiro pela empresa especializada em media Burson-Marsteller a mais de cem jornalistas seniores de 27 países dessas regiões (incluindo Portugal) concluiu que as reduções de custos nas redacções e o crescimento dos formatos digitais alteraram os métodos do jornalismo. O estudo mostra que há, entre os entrevistados, há um amplo consenso acerca da diminuição da qualidade e padrões do seu trabalho, quer devido à redução do número de jornalistas experientes, quer pelo aparecimento dos novos media. De acordo com o estudo, 81 por cento dos jornalistas já sentiram cortes nas suas redacções causados directamente pela crise económica, sendo que afectaram sobretudo os freelancer, os serviços editoriais e a utilização de microfones e câmaras de imagem. Uma observação comum de quase todos os entrevistados foi sobre os alvos de despedimentos. Segundo dizem, normalmente os jornalistas despedidos são os que têm mais experiência já que são, consequentemente, os mais caros para a empresa. E quando há novas contratações, são de pessoas menos experientes e, portanto, mais baratas. Inevitavelmente, sublinharam, a qualidade do jornalismo está a sofrer com estas opções. Os cortes nos custos das redacções visam sobretudo os grandes repórteres (28 por cento), os que seguem a actualidade noticiosa (20 por cento), os de opinião (19 por cento) e, finalmente, os que se dedicam aos temas económicos (16 por cento). Para quem se manteve nas redacções, o problema é outro, apontam os jornalistas seniores questionados. Além de lhes passarem a ser pedidos mais trabalhos para colmatar a falta dos colegas dispensados, têm de assumir novas tarefas sobretudo devido aos serviços multimédia. Como consequência, os jornalistas dizem que têm muito menos tempo para sair da redacção, com um em cada cinco a dizer que dedica muito menos tempo a investigar as histórias, que são menos criativos e que têm muito menos tempo para se encontrarem pessoalmente com as suas fontes. Treze por cento diz que nem sequer tem tempo para ir a conferências de imprensa ou eventos de qualquer tipo. Quase metade (47 por cento) dos entrevistados defende que a sobrecarga de trabalho resultou do facto de terem de passar a fazer também serviços para plataformas multimédia e 41 por cento diz que tem de produzir mais no mesmo período de tempo.O estudo da Burson-Marsteller visava ter uma percepção do estado da indústria dos media no seu mercado local e compreender como a crise económica está a afectar o sector".
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