terça-feira, dezembro 08, 2009

Por isto ele não ameaça demitir-se (III)


Escreve hoje o jornalista do Publico, Carlos Cipriano, num texto intitulado "Défice da CP já ultrapassa os três mil milhões de euros" que "o défice da CP, a transportadora ferroviária pública de Portugal, é actualmente de 3,1 mil milhões de euros, verba equivalente à que vai custar a linha de TGV entre Lisboa e Elvas, com a terceira travessia do Tejo incluída. O valor foi avançado pelo presidente da CP numa conversa com o PÚBLICO a bordo do Expresso do Clima, que levou mais de 400 pessoas de Bruxelas a Copenhaga. Cardoso dos Reis revelou que a companhia deverá aumentar os prejuízos este ano para mais de 200 milhões de euros, o que é comparável aos 190 milhões apurados no exercício de 2008. Com a banca a pressionar as empresas com spreads mais elevados, só em encargos financeiros a empresa terá de despender, este ano, "bastante mais de 100 milhões de euros", disse. "Tivemos menos passageiros, não houve aumento tarifário, mas tivemos aumento de custos, nomeadamente dos salários e da manutenção dos comboios, e um acréscimo dos custos financeiros", afirmou Cardoso dos Reis. A contratualização do serviço público poderia ser uma forma de a empresa avançar para uma situação financeira mais confortável, mas o presidente da CP não deposita grande esperança na generosidade do Governo em época de contenção financeira. "Contávamos, de facto, ter apresentado à tutela a contratualização das obrigações de serviço público, mas não houve condições para isso. Só foram aprovados e estabelecidos pelo executivo indicadores de gestão para cumprirmos. Agora vamos preparar a contratualização do serviço público para a CP Lisboa, CP Porto e Regional. Mas estamos conscientes que as dificuldades financeiras vão condicionar fortemente a possibilidade de o Governo fazer contratualização." Cardoso dos Reis reconhece que nunca houve uma promessa efectiva de avançar com a contratualização por parte da tutela. "A única vez que ficou formalmente assumida uma vontade política de o enfrentar foi nas Orientações Estratégicas em 2006." A CP tem a decorrer o maior concurso de sempre para a compra de material circulante. Um negócio que poderá atingir 600 milhões de euros e que se traduz em novos comboios suburbanos e para serviço regional que, contudo, só começarão a ser entregues em fins de 2011. O administrador, rejeita, contudo, que nessa altura os alfas pendulares estejam obsoletos. "Estarão a meio da sua vida útil e vamos fazer uma revisão geral que poderá passar por alguns melhoramentos ao nível do interiorismo, tornando-os mais agradáveis para os clientes". Já agora visite o blogue do artista e caricaturista Nelson Santos.

Sem comentários: