quarta-feira, novembro 04, 2009

Farpas para quê?

O blogger socialista – sem ofensa, como é evidente, mas apenas para que nos localizemos ideologicamente - Paulo Barata precipitou-se ou tem algum problema com a minha pessoa, provavelmente por richochete. Até porque não o conheço nem nunca falei dele. Por isso, os comentários que me faz, nomeadamente avaliação de carácter, devolvo-os imediatamente. E quando se fala na questão do trabalho, da produtividade, da competência e do salário, piora tudo, porque também existem empresas públicas e privadas onde se poderia colocar essa questão de uma forma mais reforçada, entre outras dúvidas, mas que considero despropositadas. Sabe que a cumplicidade e o silêncio perante a corrupção, tenha ela a forma que tiver, é um problema geral que nos diz respeito a todos. Não quero acreditar que este blogger do “Farpas” – que terá sido antigo adjunto de um ex-vereador eleito pelos socialistas na CMF, de onde saiu em circunstâncias conhecidas - foi o único a perceber que só vejo corrupção no PS. O que é facto é que este caso que agita a sociedade portuguesa, e que esperemos não chegue às entranhas de onde não deve chegar, envolve algumas pessoas do PS ou nomeadas pelo governo do PS para empresas públicas, quer como arguidos, quer como suspeitos. É uma realidade incontornável. Evidentemente que ninguém está condenado e a presunção da inocência é uma realidade incontestável. Mas terá de reconhecer que todos os dias são mais casos. Hoje foram as finanças e mais empresas públicas a abrir auditorias. Portanto não estamos a falar de insignificâncias. O Caso BPN, ainda sem desfecho, e onde o Estado já meteu quase 4.000 milhões de euros (!) tem gente ligada ao PSD entre os responsáveis pelo casos ali existente, mas não se ficará só por este partido como verá. O que é que quer afinal? Quer que repetidamente fale, no caso da Madeira, no Luis Gabriel e no António Lobo? Mas eles não foram condenados e não cumpriram ou estão a cumprir pena? Por acaso o primeiro autarca continental – creio que do país – a ser condenado e preso não era do PS? Alguém fala nele passados estes anos todos? Deixemo-nos de conversas desajustadas e assumamos o que é inegável: a corrupção, seja ela o gamanço puro e duro e descarado, seja ela o tráfico de influências, seja ela a tentativa de obter negociatas utilizando outros expedientes, até partidários, é sempre corrupção. O enriquecimento ilícito é um atentado. Por acaso lembra-se de como reagiu o PS às denúncias de Cravinho? A própria autarca do Bloco de Esquerda – a única que eles têm nas Câmaras – também esteve ou está envolvida em qualquer processo na justiça! Não me diga que também alinha na treta de que basta levar um dossier à PGR em Lisboa para que logo apareçam corruptos ou se confirmem casos ao virar da esquina. E os casos mediáticos no Continente, envolvendo pessoas identificadas que continuam à espera de justiça? Quem sabe se João Gouveia, que você não gosta e contra o qual parece-me estar em termos da questão da liderança do seu partido, provavelmente poderia falar abordar o assunto, se entendesse? Conheço o JCG há muitos anos, há muitos mais do que você julga, e não o vejo como um corrupto. Disso pode ter a certeza. Não falemos por isso de uma forma obtusa nem generalizemos um neste tema que acho incómodo. Veja o que se passa em Espanha neste momento! Espera que lhe diga que não há corrupção ou tráfico de influências na Madeira? Não lhe digo, tal como lhe darei a mesma resposta se me falar dos Açores ou do Continente. Não me parece que nenhum de nós acredita no Pai Natal. Mas também não espere que lhe diga que existe corrupção ou tráfico de influências na Madeira ou nos Açores ou no Continente, sem que existam casos concretos com arguidos ou suspeitos identificados. Estamos entendidos? Não percamos tempo com discussões que não alteram a realidade dos factos.

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