A equipa de investigadores utilizou um modelo matemático para realizar uma simulação da disseminação do coronavírus entre os 10,5 milhões de habitantes do estado da Carolina do Norte, nos EUA. A partir dela, percebeu que é essencial que se continuem a seguir as medidas de prevenção da Covid-19, como a utilização de máscaras, por exemplo, enquanto a vacinação decorre, mesmo com as taxas de pessoas inoculadas a aumentarem cada vez mais No último mês, o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA anunciou que as pessoas com a vacinação completa poderiam deixar de usar máscara e de praticar o distanciamento social, mesmo nos espaços interiores, mas a recomendação foi criticada por vários especialistas. Agora, um novo estudo realizado por investigadores da Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hill, nos EUA, concluiu que a vacinação contra a Covid-19 é essencial, mas pode não chegar para combater de vez a pandemia. A equipa utilizou um modelo matemático para realizar uma simulação da disseminação do coronavírus entre os 10,5 milhões de habitantes do estado da Carolina do Norte.
A partir dessa
simulação, que teve em conta dois cenários, – vacinas com 50% de eficácia,
inoculadas em 25% dos adultos, ou cenário 1, e vacinas 90% eficazes
administradas a 75% deles, ou cenário 2 – os investigadores conseguiram
perceber que é essencial que se continuem a seguir as medidas de prevenção da
Covid-19 enquanto a vacinação decorre, mesmo com as taxas de pessoas inoculadas
a aumentarem cada vez mais.
Caso contrário,
avisam os investigadores, o relaxamento das medidas relativas à utilização de
máscaras, distanciamento social e até encerramento de escolas, por exemplo,
pode fazer com que o vírus continue a ser disseminado, com um aumento grande do
número de novos casos, internamentos e mortes.
O estudo,
publicado esta terça-feira na revista científica JAMA Network Open, sugere que,
“para uma população de 10,5 milhões, cerca de 1,8 milhões de infeções e 8 mil
mortes podem ser evitadas durante quase um ano, caso sejam mantidas as medidas
de prevenção – utilização de máscaras e distanciamento social, principalmente
-, além de passar a existir uma maior cobertura vacinal.
Tendo em conta os
dois cenários realizados pela equipa, o cenário 1 revelou uma média de 2,2
milhões de novos casos de infeção por coronavírus, caso as medidas fossem
suspensas, e quase 800 mil novas infecções caso fossem mantidas. Quanto ao
cenário 2, o modelo identificou 527409 novos casos de infeções por Covid-19 sem
medidas de prevenção e 450575 novas infeções com medidas de prevenção a serem
mantidas.
A partir destes
resultados, os investigadores chegaram, ainda, a outra conclusão: de forma a
reduzir o risco de propagação do vírus, é mais benéfico administrar vacinas de
menor eficácia a mais pessoas do que o contrário. “Aumentar a cobertura vacinal
numa quantidade substancial, independentemente da eficácia da vacina, é,
realmente, o que parece estar a guiar o controlo” da pandemia, garante à CNN Mehul
Patel, autor do estudo e professor na Universidade da Carolina do Norte (Visão)
Sem comentários:
Enviar um comentário