Medidas são “ilegais”, “hostis”, “absurdas” e
“ineficazes”. Foi desta forma que o Governo de Nicolás Maduro se referiu às
sanções impostas pela União Europeia contra a Venezuela. Em comunicado, o
Ministério dos Negócios Estrangeiros venezuelano considera que a decisão da UE
“viola descaradamente o direito internacional, seguindo a linha da conduta de
Washington”, que impôs recentemente sanções contra o país, como a proibição de
comprar novas obrigações emitidas pelo Estado ou pela companhia petrolífera
nacional (PDVSA). “O Conselho Europeu pretende convencer o mundo de um suposto
consenso entre os seus Estados-membros com o adotar de medidas hostis, quando a
realidade é que as principias economias europeias exercem uma forte pressão
sobre os restantes governos e as próprias instituições da União Europeia”,
refere ainda a nota.
A União Europeia decidiu, por unanimidade,
aplicar sanções à Venezuela, que incluem um embargo de armas e outro material
que “possa ser usado para a repressão interna, bem como o quadro legal para
proibição de viagens e congelamento de bens”, lê-se no comunicado divulgado. Na
mesma nota, os chefes da diplomacia da UE sublinham que as medidas foram
concebidas de modo a não afetar a população venezuela, cuja situação quer-se
aliviada. Também explicam que estas sanções “serão adotadas de uma forma
gradual e flexível”, podendo ainda ser “alargadas”, para punir aqueles que
desrespeitem os direitos humanos, os princípios democráticos ou o estado de
direito, ou, pelo contrário,“revertidas”, caso sejam observadas “negociações
credíveis, respeito pelas instituições democráticas, adotação de um calendário
eleitoral completa e libertação de todos os prisioneiros políticos”. Presente
em Bruxelas, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos
Silva, esclareceu que as sanções terão “alvos específicos e determinados” e que
o objetivo último é “lançar o diálogo político”. Há cerca de quatro meses, o
ministro descartara a possibilidade de aplicar sanções à Venezuela, dizendo não
ter ainda “chegado o momento” de discutir esse assunto. O Governo venezuelano
considera, porém, que as medidas irão prejudicar não só o povo venezuelo, como
também os europeus (“quase um milhão”) que vivem na Venezuela e que “sofreram
diretamente os impactos da violência política e económica causada pela oposição
nos últimos meses”. O Governo de Nicolás Maduro considera ainda que a tentativa
da UE de sancionar um “país soberano” abre um “precedente perigoso” no que diz
respeito às relações do bloco europeu com a América Latina (Expresso)
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