sexta-feira, junho 29, 2012

Açores: Visita de Carlos César e comitiva ao Brasil custou 43 mil euros

Li no Correio dos Açores que a "visita "com honras de Chefe de Estado dá bem conta da importância atribuída pelas autoridades do Rio Grande do Sul", responde o governo a requerimento do PSD/Açores. A presidência do Governo dos Açores respondeu a um requerimento do PSD/Açores a informar que a recente visita do chefe do executivo açoriano, Carlos César, ao Brasil, custou ao orçamento regional cerca de 43 mil euros. A comitiva do presidente do Governo dos Açores foi ainda constituída por sua esposa, Luísa César; Rodrigo Oliveira, membro do governo; Carlos Tomé, assessor de imprensa; Pedro Lima, responsável pelo protocolo; e Valter Franco, fotógrafo oficial. No requerimento, o PSD/Açores contextualiza esta visita no momento de dificuldades que se vivem na Região. Uma crise económica e social "como nunca antes vista na nossa Autonomia", dizem os sociais-democratas. Subscrevem o requerimento o líder parlamentar social democrata, Duarte Freitas; e os deputados António Marinho, Clélio Meneses, Luís Garcia e Mark Marques.
Uma visita em tempo de crise
Trata-se de uma deslocação, segundo o PSD/A, que se efectua num tempo em que há "18 mil açorianos no desemprego; quando a pobreza "se alastra nas nossas nove ilhas, com o Rendimento Social de Inserção a atingir cerca de 20 mil pessoas nos Açores"; e quando "35% das famílias açorianas vive com menos de 540 euros por mês". Uma visita que coincide com um momento em que 3.500 famílias açorianas "não conseguem satisfazer as suas responsabilidades bancárias" e "quando há falências e insolvências de empresas açorianas todas as semanas". Neste quadro, os sociais-democratas açorianos pretendiam saber quais os gastos efectuados pela comitiva do presidente do Governo dos Açores durante a visita de uma semana ao Brasil. Na resposta agora tornada pública no site do Parlamento açoriano, a presidência do executivo açoriano elucida que a visita ao Estado do Rio Grande do Sul decorreu a convite do Governador, Tarso Genro, no âmbito das comemorações dos 260 anos do povoamento açoriano. O povoamento açoriano do sul do Brasil, em meados do século XXII, "é precisamente evocado e reconhecido no Rio Grande do Sul como fundamental para a consolidação das fronteiras do estado e para a fundação de grande parte das suas cidades, a começar pela própria capital, Porto Alegre". Com efeito, prossegue Carlos César na resposta ao grupo parlamentar do PSD/A, "é reconhecida a imensa importância aos casais açorianos que povoaram o sul do Brasil e ali não só fundaram Porto Alegre, hoje com mais de um milhão e meio de habitantes, como se espalharam pelo Rio Grande do Sul (…)". O esclarecimento da presidência do Governo dos Açores salienta que o chefe do executivo açoriano foi recebido "com honras de Chefe de Estado – o que dá bem conta da importância atribuída à visita pelas autoridades do Rio Grande do Sul – e foi agraciado pelo respectivo Governo com a sua mais alta condecoração, a Grã Cruz da Ordem do Ponche Verde, instituída para expressar a gratidão e o reconhecimento a personalidades que contribuíram para a afirmação e a dignificação do povo gaúcho, da sua identidade e da sua história".Durante esta deslocação foi assinado um memorando entre o presidente do Governo dos Açores e o Governador do Rio Grande do Sul que estabelece "o compromisso de promover a cooperação a todos os níveis nas áreas económica, legística, científico-tecnológica, cultural e educacional, instrumento político fundamental para a proximidade institucional e cultural entre os Açores e o Rio Grande do Sul".
"Uma questão de eleições..."
Carlos César "fez, ainda, uma primeira paragem no Rio de janeiro, onde presidiu às comemorações do 60º aniversário da Casa dos Açores". Assim, esclarece a presidência do Governo, a visita surge "no âmbito das altas funções do presidente do Governo de representação externa da Região Autónoma dos Açores, a propósito de um momento evocativo da importância dos açorianos na História do Brasil e, em particular, do Estado do Rio grande do Sul, aproveitado também para reforçar e ampliar as relações políticas e institucionais entre os governos de ambos os territórios…". Para o Governo dos Açores, lê-se no esclarecimento, "só se compreende que o PSD/Açores tenha feito este Requerimento sobre a visita (…) ao Brasil devido à proximidade das eleições regionais. De outra forma, não é admissível pensar que o PSD/A não considere que a deslocação do presidente do Governo dos Açores seja, além da obrigação inerente, uma honra para a Região Autónoma (…)".

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