terça-feira, novembro 03, 2009

Ryanair anuncia subida de 80% no lucro ajustado para 387 milhões de euros

Li no Jornal I que "a companhia low-cost irlandesa Ryanair anunciou hoje uma subida de 80 por cento no seu lucro ajustado na primeira metade do seu ano ano fiscal, para 387 milhões de euros, principalmente devido à descida do preço do petróleo. A companhia advertiu, no entanto, que na segunda metade do ano fiscal poderá registar perdas devido a menores receitas. Ainda assim, estas perdas não deverão ser suficientes para fechar o ano no vermelho. A companhia anunciou igualmente que vai rever a sua estratégia de longo prazo, baseada em perspectivas de rápico crescimento, devido aos problemas que tem vindo a encontrar para comprar 200 novos aviões à fabricante norte-americana Boeing. Na primeira metade do seu ano fiscal (ou seja, até 30 de setembro), a Ryanair registou um aumento de 15 por cento no número de passageiros (para os 36,4 milhões de pessoas transportadas), mas uma descida de 2 por cento nas receitas. O aumento de 80 por cento nos lucros ajustados, aliás, resulta de a companhia não levar em consideração os ganhos excepcionais do mesmo período de 2008. A Ryanair foi uma das companhias aéreas que conseguiu apresentar resultados positivos durante a crise do sector, ganhando passageiros às companhias de bandeira como a Air France-KLM, a British Airways e a alemã Lufthansa. De acordo com os responsáveis da companhia irlandesa, a descida do preço do petróleo, cujo efeito deverá desaparecer até ao final do exercício, permitiu reduzir os custos em 42 por cento, o que "mascarou" a descida de 17 por cento nos preço dos bilhetes, para uma média de 39 euros/bilhete. Até ao final do ano, acrescentam, esta percentagem deverá descer até aos 20 por cento. Ainda assim, a companhia prevê fechar o ano com lucros entre os 200 e os 300 milhões de euros. No entanto, o futuro da maior low-cost europeia pode não ser bom, especialmente no que toca ao crescimento e à anunciada abertura de novas rotas e mercados. Segundo explicou hoje o administrador executivo da Ryanair, Michael O'Leary, as negociações com a fabricante norte-americana Boeing para a compra de 200 novos aviões para a afrota da companhia estão em "ponto morto". O'Leary advertiu mesmo que este "bloqueio" pode significar o fim de uma relação curta, mas intensa. "Se não podemos investir o nosso excesso de liquidez em novos aviões, o melhor é distribuir pelos accionistas", afirmou O'Leary após criticar a postura da Boeing: "Não vemos qualquer sentido em continuar a crescer rapidamente se o nosso principal sócio aeronáutico não está disposto a fazer o seu papel no nosso programa de reducção de custos". "Não vamos continuar estas negociações indefinidamente e fizemos ver à Boeing que se não estiverem concluídas até ao final do ano, então a Ryanair terminará o relacionamento com a Boeing e confirmará uma série de cancelamentos de aparelhos", concluiu".

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