Fez muito bem o antigo secretário-geral de Luís Filipe Meneses, em lembrar factos que demonstram bem o comportamento saltitante e oportunista do actual líder parlamentar do PSD na Assembleia da República, matéria que por si só deveria ser razão para que o indivíduo em causa tivesse vergonha e se demitisse imediatamente - claro que falamos de deputados que tenham coluna vertebral: "Ex-secretário-geral considera "lamentável" a mudança de opinião do actual líder da bancada do PSD, mas aplaude quem o criticou por ter "progredido intelectualmente" ao contratar uma agência de comunicação. "Os José Pedros Aguiares Brancos que diziam que o que estávamos a querer condicionar a opinião dos deputados, contratam agora agências de comunicação". As declarações são do ex-secretário-geral do PSD, José Ribau Esteves, que considerou ontem "lamentável" que o actual líder da bancada social-democrata implemente agora algo que criticou durante o mandato de Luís Filipe Menezes. Em declarações ao DN, Ribau Esteves recordou: "Na altura nós só queríamos agilizar a comunicação e acusaram-nos de estar a querer atentar contra a liberdade e de controlar os deputados na Assembleia da República". No entanto, o autarca confessa não ter mudado de opinião e continua a considerar positivo que o partido "contrate profissionais para melhorar a sua comunicação". Assim, as farpas de Ribau Esteves não são dirigidas ao facto de haver uma agência, mas sim por esta ser contratada "pelos companheiros que a criticaram". "Lamento que hajam companheiros que mudam de opinião conforme a situação em que estão, mas eu não mudei", acrescenta. Por outro lado, e em jeito de provocação, Ribau Esteves afirma: "Aplaudo que esses companheiros tenham conseguido progredir intelectualmente e tomar decisões que nós tomámos há dois anos atrás." O ex-secretário-geral do PSD defende ainda que "esta não é uma situação desgarrada daquilo que tem sido a acção de alguns companheiros no partido em termos de mudanças de opinião".Além de referir a contratação da agência de comunicação, Ribau Esteves aponta ainda como "episódio" de incoerência a lei do financiamento partidário. "Quando demos a possibilidade dos militantes pagarem 12 euros de cotas em dinheiro, houve vários companheiros com declarações inaceitáveis (até a pôr em causa a nossa idoneidade) que depois foram aprovar no parlamento uma lei de financiamento que permite que um militante dê centenas de milhares de euros ao partido", critica. Ribau Esteves lembra ainda que esse "diploma inacreditável" só não passou porque "o Presidente da República teve aí uma boa posição e vetou".Contactado pelo DN, o ex-líder do partido, Luís Filipe Menezes lembrou que já havia anunciado medida idêntica, mas não criticou a opção do actual líder da bancada parlamentar do PSD. "Concordo com o que José Pedro Aguiar-Branco fez, até porque eu já tinha feito a mesma coisa", afirmou o presidente da Câmara Municipal de Gaia. Quando Luís Filipe Menezes era líder do partido tentou dotar o parlamento do apoio de uma agência de comunicação, a Cunha & Vaz Associados, o que na altura terá sido recusado pelo então líder da bancada Pedro Santana Lopes. O gesto de Menezes (e de Ribau, que era secretário-geral e anunciou esta intenção) foi criticado por vários militantes do partido e espoletou episódios raros na política como Manuel Alegre elogiar Santana Lopes. Este foi um dos casos que desgastou a liderança menezista. As agências de comunicação podem entrar no parlamento através dos partidos, mas não estão autorizadas a ter uma "credenciação específica". Em 2007, houve agências que solicitaram ao presidente da Assembleia da República a autorização para obter credenciação idêntica ao jornalistas,o que foi recusado. Hoje, de acordo com o gabinete de Jaime Gama, tudo se mantém inalterado não tendo as agências o mesmo privilégio que os jornalistas" (texto do jornalista do DN de Lisboa, Rui Pedro Antunes)
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