quinta-feira, agosto 28, 2008

Um atentado vergonhoso

O que estão a fazer na zona do "Furado", ao lado da ribeira João Gomes, o Funchal, destruindo autentica e descaradamente toda uma escarpa alegadamente para construírem, em segurança, no terreno ali existente uma unidade fabril do ramo automóvel, constitui uma descarada sem vergonhice a todos os títulos condenável. Penso que não haverá hoje pessoa de bom senso que por ali passe, olhe para aquilo e não se espante com a desfaçatez. A ideia, segundo foi noticiado, era a de impedir a repetição de qualquer situação como a verificada nos Socorridos. Mas o argumento não pode ser esse. Para mim o problema é simples: para fazer o que estão a fazer esse projecto nunca deveria ter sido aprovado. E ponto final. O que foi conseguido para além de um atentado ambiental e uma descaracterização paisagística, foi que se autorizou, pelos vistos mal - resta saber quem e porque motivo - uma estrutura fabril que deveria ser implantada obrigatoriamente em parques industriais que andam por aí. E como? Pura e simplesmente essa construção nunca deveria ter sido autorizada pelo que ela implicou. Eu estou-me borrifando para os donos do terreno, para os autores do projecto, para a fábrica em questão. Não sei quem são nem do que se trata, mas continuaria a ser-me indiferente se acontecesse o contrário. O que ali se passa - e confesso que nunca tive a noção daquela “obra de arte” senão quando há dias, regressando do Porto Santo, de barco, constatei aquela sem vergonhice. Vai sendo tempo se se acabar com algumas impunidades nesta cidade, como parece ser este caso exemplo, como é o caso de edifícios construídos em determinadas zonas nobres do Funchal com índices de construção estranhos e com “prolongamentos” abusivos dos prédios, decididos pelos proprietários a contar vá lá saber-se com o quê. Mas é o caso de obras embargados - sem que ninguém dê uma explicação plausível aos cidadãos sobre como foi possível aprovar um projecto que deveria ter sido logo chumbado. Como o de algumas histórias que andam a circular por aí, incluindo estruturas hoteleiras, com a ameaça de rebentarem em breve. E se ninguém tiver coragem para dar um murro em cima da mesa e acabar com isto, então alguém terá que tomar a iniciativa de se revoltar contra o raio de um sistema que parece actuar como quer e ainda por cima com a desfaçatez de gozar com a nossa cara.

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