sábado, dezembro 30, 2006

Jornalistas na ALR

O Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, José Miguel Mendonça, vai receber a 3 de Janeiro o Sindicato dos Jornalistas da Madeira. A audiência foi pedida por este e tem como pano de fundo a recente decisão do Presidente do parlamento de impedir o acesso, em sessões consideradas especiais (pela sua natureza), de jornalistas e funcionários parlamentares ou partidários aos chamados "Passos Perdidos". Considero-me um fundamentalista no que diz respeito à liberdade dos jornalistas no acesso às suas fontes e à gestão da informação que delas obtenham, com base em princípios éticos que naturalmente terão que estar presentes. Durante mais de 20 anos, e apesar das minhas opções políticas, pugnei por manter uma equidistância que acredito, convictamente, que consegui, pois sempre me preocupei em separar o meu pensamento da minha actividade profissional e do rigor que tinha que colocar na observância da minha neutralidade jornalística absoluta, sob pena das pessoas não acreditarem em mim e de eu ser o coveiro da minha credibilidade profissional. Recusando aceitar que esta medida do Parlamento represente qualquer tentativa de obstaculizar o livre acesso dos jornalistas às fontes (a Sala de Imprensa funciona normalmente e os jornalistas terão livre acesso às instalações partidárias no Parlamento, sempre ques estas lhes forem disponibilizadas), considerando ainda que a Assembleia Legislastiva é exemplo do que são contactos permanentes e abertos entre jornalistas e fontes parlamentares, e lembrando ainda que foi este Presidente a instalar uma Sala de Imprensa no edifício, não me parece que a decisão tomada possa alterar-se, salvo se existirem razões de fundo concretas. Mas admito que, no meio de tudo isto, existam alguns "falcões" parlamentares com uma visão muito mais radical (embora sejam os primeiros a amanteigar os jornalistas ou a pedir-lhes notícias...) quanto ao que deve ser o relacionamento entre a Assembleia Legislativa e os jornalistas.

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