quinta-feira, dezembro 28, 2006

Câmara do Porto acaba com subsídios

Diz o Povo que o excesse vira-se contra quem o comete. Parece-me que Rui Rio anda freneticamente a preparar a sua derrota. Foi o masoquismo em torno do 26 de Dezembro, recusando o feriado porque o país precisa de trabalho (!) - como se os portuenses estivessem para aturar o edil e a edilidade nessa data. Agora, segundo o semanário "Sol" uma nova notícia que, sendo polémica e até passível de ser aplaudida, demonstra como é fácil aos políticos perderem o tino: "A Câmara do Porto deixa segunda-feira de atribuir subsídios pecuniários a fundo perdido, uma medida inédita que gerou uma onda de protestos de artistas e partidos da oposição A decisão foi tomada pelo presidente da autarquia, Rui Rio, num despacho divulgado no site da câmara em 3 de Novembro e que o principal partido da oposição, o PS, situou «na esfera do surreal». Rui Rio excluiu do corte os compromissos já assumidos, verbalmente ou por escrito, as transferências para as empresas e entidades participadas da autarquia e juntas de freguesia, bem «como situações altamente excepcionais de carácter exclusivamente social, que deverão ser alvo de análise casuística». No documento, o autarca justificou esta medida com a necessidade de pôr cobro a «um preocupante fenómeno de desajustada subsídio-dependência» que, em sua opinião, tem vindo a acentuar-se na sociedade portuguesa. «Esta perversa cultura de mão estendida para os orçamentos públicos atingiu um tal ponto que há, inclusive, quem recorra ao tribunal no sentido de que lhe seja reconhecido o direito ao subsídio», pode ler-se no despacho".
Ressalvando os que em nome da cultura passam a vida a viver à custra dos subsídios oficiais sem nada de útil, interessante e mobilizador trazerem à cultura, a verdade é que não se pode medir pelo mesmo diapasão instituições que têm da cultura, do seu papel social e das suas características intrínsecas, uma visão séria.

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