Ainda assim, a Comissão Europeia não está satisfeita com a ideia de um possível regresso das fronteiras, como aconteceu em países como França e Alemanha. A impossibilidade de viajar entre territórios afeta o turismo, mas também atividades mais prementes do dia a dia, como as deslocações para o emprego. Neste momento, a circulação dentro da UE é regulada pelos certificados de viagem, que dão conta da relação de cada pessoa com o novo coronavírus: se estão vacinados, se têm um teste negativo ou se já estiveram infetados e agora estão recuperados. Há ainda algumas restrições aplicadas exclusivamente a pessoas que cheguem a um dos Estados-membros vindas de regiões consideradas como sendo de risco.
Mas de onde vem o receio de uma nova vaga? De acordo com a mesma publicação o problema estará no estado do plano de vacinação, que varia consoante o país. Se na Irlanda, em França ou Espanha, quase 90% da população já tomou pelo menos uma dose da vacina contra a Covid-19, o mesmo não acontece na Bulgária, por exemplo, onde só 20% das pessoas foram inoculadas.
As discrepâncias entre Estados-membros podem levar alguns países a querer limitar a circulação para minimizar ao máximo o risco de contágio. Um diplomata citado pelo Politico acredita que a probabilidade de serem impostas novas restrições neste sentido é de 50-50: «Alguns países poderão insistir nisso (…), mas a Comissão é fortemente contra para já.»
Do lado da ciência, Bruno Ciancio, médico epidemiologista que lidera o departamento de vigilância do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças, considera que as restrições não deverão ser necessárias. «Eu não acho que, a esta altura, medidas referentes a viagens dentro da UE sejam justificáveis», afirma o especialista, acrescentando que, com exceção do início da pandemia, as viagens não deram origem a um aumento nas taxas de infeção (Multinews, texto da jornalista Filipa Almeida)
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