Qual é o risco de contrair o vírus por andar na rua, só pelo
contacto com o ar?
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o vírus da
Covid-19 não se transmite simplesmente pelo ar, mas especificamente através de
gotículas virais que são exaladas por quem está infetado. O risco está em
respirar as gotículas quando alguém infetado tosse ou espirra, em tocar numa
superfície ou num objeto contaminado por essas gotículas e levar depois as mãos
à cara. A OMS recomenda que se guarde uma distância de mais de um metro de
outras pessoas e que se lave as mãos de forma cuidadosa (pelo menos 20
segundos) e frequente. O vírus não entra no corpo pela pele, mas sim pela boca,
pelo nariz ou pelos olhos.
Até que ponto as superfícies de tudo o que está à nossa volta
podem ser perigosas?
Os exemplos de que esse é um verdadeiro problema têm vindo a
acumular-se. O “New York Times” relatou o caso de um templo budista em Hong
Kong em que muitas das pessoas que o frequentavam ficaram doentes. As
autoridades sanitárias recolheram amostras para análise e descobriram que as
torneiras nas casas de banho e as capas dos livros religiosos estavam
contaminadas com o novo coronavírus. Foi o suficiente para a propagação
acontecer. Estudos anteriores, feitos com outros coronavírus, revelaram que as
gotículas virais podem aguentar-se até nove dias em superfícies de metal, vidro
ou plástico. E não importa se a superfície parece limpa ou suja. Convém, por
isso, evitar levar as mãos à cara e lavá-las com frequência.
É possível ficar infetado mais do que uma vez?
Já surgiram casos de pessoas que foram consideradas infetadas,
depois de terem sido dadas como curadas. O “Financial Times” escrevia esta
quinta-feira que os especialistas estão ainda a tentar entender qual é o peso
dessas reincidências, mas o mais provável é que o sistema imunológico de certos
doentes não tenha sido capaz de destruir o vírus, apenas suprimindo-o ao ponto
de não ser detetado em testes. Os sintomas, porém, acabaram por reaparecer.
Pode-se tomar ibuprofeno se surgirem sintomas?
Um porta-voz da OMS disse na terça-feira que, por cautela, em
caso de automedicação para alívio dos sintomas, o melhor é tomar paracetamol e
não ibuprofeno. Porém, no dia seguinte, veio clarificar que não desaconselhou o
uso deste medicamento e que “não tem conhecimento de relatórios sobre efeitos
negativos” relacionados com a Covid-19. Em Portugal, o Infarmed informa que não
existem, atualmente, dados científicos que confirmem um agravamento da infeção
com a administração de ibuprofeno ou outros anti-inflamatórios não esteroides (Micael
Pereira, Expresso)
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