Quase 2.500 pessoas foram assassinadas durante o mês de janeiro na
Venezuela, segundo dados do Observatório Venezuelano de Violência (OVV),
organização não-governamental que insiste na necessidade de o Estado tomar
medidas para travar a criminalidade violenta. "Isto representa uma média de 80 mortes violentas por dia, o que
indica um aumento em relação ao ano anterior quando a média foi de 78",
disse o presidente do OVV, Roberto Briceño León, aos jornalistas, em Caracas.
"Não estão incluídas as mortes naturais, as causadas por
acidentes, nem suicídios", frisou.
Segundo o mesmo responsável, os dados foram recolhidos por uma equipa
de investigadores das universidades Central da Venezuela, Católica Andrés
Bello, de Oriente, Católica de Táchira, Centro Ocidental Lisandro Alvarado e de
Los Andes.
Roberto Briceño León afirmou que da parte do Governo tem havido
sistematicamente "uma conjuntura eleitoral, um momento político, uma
situação difícil" que levou a que "as políticas de segurança tenham
sido populistas, para se manter no poder, para ganhar eleições, e não tem
havido uma intenção real de devolver segurança aos cidadãos".
"Temos já 12 anos de censura oficial sobre os números da
violência. O último dado formal completo foi do ano de 2003", frisou,
lamentando o silêncio das autoridades sobre a questão. O OVV alerta que a Venezuela "é o país mais violento do
mundo" e que ocorrem "28.000 mortes violentas por ano", entre as
que são legalmente reconhecidas e também as "que os polícias ou militares
matam em operações legais ou extrajudiciais e as que ficam numa situação
confusa" (Lusa)
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