quinta-feira, julho 30, 2009

A Liga já é mais estrangeira do que nacional

Segundo o DN de Lisboa de hoje, num texto da jornalista Elizabete Silva, "55% dos futebolistas a actuar na I Liga em 2008/09 eram estrangeiros. Sindicato dos Jogadores alerta para a descaracterização da selecção. "A sobrevivência do jogador português está em causa" devido à crescente tendência de os clubes da Liga contratarem estrangeiros. A situação tem ganho contornos preocupantes e Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato dos Jogadores, pretende que se inicie uma reflexão de forma a evitar a continua "descaracterização dos clubes nacionais e da própria selecção". Na época passada, 55% dos jogadores que actuaram na Liga eram estrangeiros, ou seja, em 223 inscritos, apenas cem eram portugueses. Já na Liga de Honra, a aposta é mais nacional, com 68% (152 contra 71 estrangeiros), dados de um estudo realizado pelo Sindicato e que será hoje apresentado. Porém, também começa a preocupar aquilo que Evangelista apelida de "desvalorização do jogador português". "Há dois factores para esta tendência. Um é a necessidade do resultado desportivo imediato, ou seja, os clubes vão buscar o jogador que dizem ser melhor. Depois acontecem casos como contratarem dez, para em Janeiro os dispensarem e irem buscar mais dez. Outro factor é o económico, algo estranho quando se fala da exigência salarial. Dizem que os jogadores portugueses são caros, o que não se compreende", explicou Joaquim Evangelista. Para o dirigente, a solução passa pelo apoio à proposta da FIFA do 6+5, isto é, as equipas têm de apresentar no onze seis jogadores nacionais. "Nos termos legais, a proposta terá dificuldades em passar, mas permitiria existir um equilíbrio nas competições." O presidente do Sindicato admite que "é difícil inverter a tendência de um dia para o outro". "Terá de haver um diálogo sério com os clubes. Agora há que denunciar e tentar dissuadir os dirigentes [em apostar nos estrangeiros]."

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