segunda-feira, julho 30, 2007

Madeira e a IVG (VIII)

O jornal [...] publicou [...] a 19 de Julho de 2007, na página 6, comentário subscrito por Ricardo Felner, sob o título Polémica na Madeira - Bancada do PSD contra Guilherme Silva.Tal comentário reportava--se à intervenção que o signatário tivera, na véspera, na Assembleia da República, sob a forma de pedido de esclarecimento ao líder da bancada do PCP, deputado Bernardino Soares.Naturalmente que o PÚBLICO e os seus colaboradores são inteiramente livres de tecer as considerações que melhor entenderem sobre as intervenções do signatário e demais deputados.Da minha parte, agradeço, porque a crítica só ajuda quem exerce cargos públicos.Porém, já não é admissível a falta à verdade.Soube pelo PÚBLICO que a bancada do PSD discordou da minha intervenção, o que me surpreendeu, pois, desde os aplausos da minha bancada (que não apenas do líder parlamentar - ao contrário do afirmado pelo vosso jornal), até às felicitações que recebi de vários colegas, tinha ficado com a convicção contrária!Registo, contudo, a atenção que o vosso colaborador revela relativamente aos gestos dos deputados, incluindo o "virar da cara" (curiosamente de um dos deputados que me felicitou), mas já não teve (e devia ter) igual atenção, em relação ao conteúdo daminha intervenção.Efectivamente, o incómodo da minha bancada seria por eu ter defendido a não aplicação da lei da Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG), na Madeira, o que é contraditório com a afirmação (essa sim, verdadeira!) que me é imputada - "de que as leis são para ser observadas".Claro fica que, se um dos incómodos da minha bancada se devia ao facto de eu ter defendido a não aplicação da lei em causa, isso é falso e desmentido pelo próprio PÚBLICO!Como falso é que eu tenha criticado a lei do IVG, de que discordo, sendo certo que, exactamente porque o PSD deu liberdade do voto aos militantes e aos deputados sobre essa matéria, podia fazê-lo à vontade, e se isso desagradou a alguém, terá sido aos defensores do "sim", no referendo a que houve lugar, e que são minoria no grupo parlamentar do PSD.A ser verdade que uma deputada se sentiu "envergonhada" por eu ter defendido a urgente necessidade de medidas de estímulo à natalidade, lamento que, cobardemente, não se tenha identificado e dirigido ao signatário.Aliás, o assunto era tão menor e tão despropositado que, dois dias depois, a única novidade do discurso do primeiro--ministro, no debate do Estado da Nação, foi o anúncio de medidas de apoio à natalidade, não sem referir que, sobre essa matéria, o PSD jamais se preocupara.Foi necessário o signatário interpelar a mesa para entregar ao senhor primeiro--ministro o diário da sessão de dois dias antes, para demonstrar que era ele que chegava atrasado, pois o PSD, por meu intermédio, já havia lembrado a premência de tais medidas, que tardavam, face ao nosso preocupante decrescimento demográfico.Para completo esclarecimento da verdade, e lamentando que o vosso colaborador não se tenha dado ao cuidado de ouvir o signatário, junto [envio] excerto do diário da Assembleia da República, da reunião plenária de 18/7/2007 (fonte: carta de Guilherme Silva,vice-presidente da Assembleia da República, publicada no "Público" como direito de resposta)

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