terça-feira, abril 24, 2007

O que eu penso da campanha eleitoral

PCP, Bloco de Esquerda, CDS/PP, Partido da Terra e Nova Democracia não fazem comícios porque não têm gente para isso nem querem correr riscos de dar uma imagem de fragilidade nos meios de comunicação social, com as consequentes penalizações eleitorais. Isto não é novidade. Vem nos livros. Quanto muito – têm feito – pequenos encontros com refeições previamente preparadas onde há uma preocupação de compor a sala para as filmagens. Apenas PSD e PS realizam comícios.
Mas espero que os dois partidos não caiam no erro de pensar que o “cenário” pode ter outras interpretações. O PSD tem substancialmente, mas de uma forma inquestionável, juntado muito mais gente nos chamados principais comícios, que os socialistas. Outra cosia não seria de esperar.
Mas tanto Tony Carreira, como Roberto Leal, Fafá de Belém, D´ZRT, Anjos, Marco Paulo, etc, são sistematicamente ridicularizados por alguns sectores pretensamente iluminados e intelectuais, os tais que não fazem comícios porque não são capazes. A música faz parte das campanhas eleitorais. Se é “Pimpa” ou não, pouco me importa. Os partidos jogam no que é “moda” no que mobiliza as pessoas. Mas uma coisa é levar 1000 pessoas a um comício que tem Tony Carreira ou 300 a um com os Anjos como cabeças-de-cartaz, outra coisa é saber qual a percentagem desses 1000 ou desses 300, desde logo, vão votar em 6 de Maio, e depois se votam nos partidos que promoveram os comícios onde se encontram. Ninguém sabe, por exemplo, dos 1000 ou 300 presentes nos dois comícios aqui dados como exemplo, qual a percentagem que está atenta aos discursos políticos e que percebe a mensagem transmitida ou acredita nos candidatos. Eu recordo 2004 em que as coisas foram mais ou menos semelhantes e os resultados não mentem. Portanto, nada de ilusões, nada de conclusões precipitadas, sob pena de tudo sair furado”.
Eu penso que os chamados comícios mais genuínos, que não levam multidões mas antes dezenas ou algumas centenas de pessoas, que se limitam a um conjunto musical regional e a intervenções políticas dos candidatos, são porventura as referências mais fiéis dos níveis de mobilização e de participação. Ninguém vai à noite ouvir os “Galáxia” – o tal do Vasco Jagger como referia este fim-de-semana o Luís Calisto na sua pagina de humor do DN – quando no Verão os pode ver em actuação nas inúmeras festas que acontecem em toda a ilha. Em termos de estratégia de campanha, com os tempos de antena hiper-desvalorizados e com níveis de audiência insignificantes, restam as iniciativas porventura mais decisivas, o chamado “porta-a-porta” onde os partidos terão que mostrar o que valem.

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