Os partidos políticos têm-se adaptado ao longo do
tempo, com maior dificuldade e assertividade, ao potencial que as redes sociais
propiciam, na tentativa -. Desconheço se conseguida ou se falhada – de chegarem
mais depressa a mais gente, levando as suas ideias, mensagem e protagonistas a
um terreno, o da credibilização da política, que anda muito por baixo. Há
partidos, sobretudo os mais pequenos, que planificam as suas campanhas usando
apenas as redes sociais e o espaço mediático concedido pelos meios de comunicação
tradicionais. Para além disso, zero!
Mas no caso de alguns, poucos, diga-se em abono da
verdade que pelo menos conseguiram a eleição de alguns candidatos…
Outros partidos, de maior dimensão eleitoral e social
e por isso com maiores responsabilidades políticas, devido aos sucessivos (e
demagógicos) tiros-nos-pés, por exemplo em matéria de financiamento quando se tratam
de instituições de interesse público, viram-se privados de condições para
estarem mais activamente no terreno e no contacto com as pessoas, contrastando
com as exigências que se colocam de forma acrescida aos partidos para que mostrem
a sua utilidade numa sociedade que se distancia cada vez mais deles – e eles em
vez de optarem por uma tendência contrária, também se distanciam das pessoas.
Outro erro nas campanhas eleitorais é o uso absurdo
e massacrante das novas tecnologias, nomeadamente os SMS através dos quais os
partidos enviam mensagens de apelo ao voto.
O problema é que os partidos enviam mensagens
(não falamos de convocações para actos públicos de
campanha) para os seus próprios militantes, usando as suas bases de dados. Ora
é de acreditar - e mal será que assim não seja - que os militantes do PSD-M ou
do PS-M ou de outro partido qualquer sejam por natureza eleitores dos seus partidos.
O que torna redundante o massacre diário com mensagens SMS que deveriam ser levados
ao eleitorado em geral em vez de se limitarem a círculos restritos representados
pelo pequeno universo dos seus militantes ou alguns simpatizantes (?).
Sem contacto de rua com as pessoas, sem que os
candidatos se mostrem no dia-a-dia, no chamado porta-a-porta, ouvindo tudo mesmo
o que não espera nem quer, nada feito, Eu lembro-me do stress que era uma
campanha e pré-campanha de dois meses (ou mais) na rua, com reforço aos fins de
semana e feriados, e lembro-me do que nos era dito sobretudo em zonas eleitoralmente
mais adversas ou agrestes mas que antecipadamente identificávamos. Mas o pessoal
estava lá e não me recordo de ter sido mal recebido seja onde for. Hoje a lógica
da política aburguesou-se, há quem queira ser candidato - o mundo dá de facto
muitas voltas... - mas não tem perfil para uma campanha eleitoral pura-e-dura.
E há partidos e dirigentes políticos que cometem o erro de acharem que basta
seleccionar uns tantos cromos para preencher a caderneta e que tudo se resolve.
Vão sofrer contrariedades, porque tenho para mim, pelo menos é essa a minha
convicção, que estas eleições autárquicas reservarão algumas surpresas também na
Madeira. Que podem antecipar debates ou questionar estratégias e opções.... (LFM)
Sem comentários:
Enviar um comentário