
“Mesmo assim hoje aqui estamos com um resultado fantástico. A situação é agora um pouco incerta, mas temos quatro anos à nossa frente para falar sobre os assuntos que são importantes para nós e para influenciar as políticas na Suécia”, prosseguiu em discurso, na noite de domingo, frente a um pequeno grupo de apoiantes que se manifestavam em delírio perante as câmaras de órgãos de media do mundo inteiro Os analistas apontam que os Democratas da Suécia – com os seus programas anti-imigração – terão capitalizado nestas eleições com o descontentamento crescente na sociedade, sinalizando uma mudança de fundo na imagem de tolerância e abertura do país, onde 14 por cento dos 9,4 milhões de habitantes são imigrantes. A imprensa sueca anunciava nas edições de hoje “o fim de uma época”. “É segunda-feira de manhã e altura de os suecos encontrarem uma nova imagem de si próprios”, diz em editorial o diário "Svenska Dagbladet".
“A confirmar-se estes resultados, estamos perante um cenário que a maior parte dos eleitores suecos queriam evitar: o de que temos um partido xenófobo com a balança de poder nas mãos”, avaliou o cientista político sueco Ulf Bjereld, da Universidade de Gotemburgo, citado pela agência noticiosa britânica Reuters. Os Democratas da Suécia negam ser racistas, insistindo antes que a sua plataforma é a de parar o fluxo de imigração para a Europa – cerca de 100 mil pessoas chegam à Suécia todos os anos – na linha do que muitos outros países europeus têm vindo a abraçar. A sua base de poder, de acordo com as consultas de opinião, parece estar entre os desempregados, cujo número aumento com a crise económica mundial, e em particular nos jovens do sexo masculino que se sentem ignorados pela sociedade. O principal bastião eleitoral dos Democratas da Suécia localiza-se no Sul do país, onde o número de imigrantes é superior à média nacional” (texto da Dulce Furtado, do Publico, com a devida vénia)
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