Em 2020, ainda pode haver falta de médicos de família....
Li hoje no Publico num trabalho assinado pelos jornalistas Alexandra Campos e João d´Espiney, que "este ano, pediram a reforma quase três vezes mais médicos do que estava previsto no último estudo sobre recursos humanos no SNS. Se as vagas para os internatos da especialidade de Medicina Geral e Familiar não aumentarem, dentro de uma década, continuaremos a ter falta de médicos de família, um défice que afectará quase meio milhão de portugueses. Isso mesmo se pode concluir do último trabalho de fundo que traçou as previsões das necessidades de recursos humanos no Serviço Nacional de Saúde (SNS) até 2020. Mesmo no cenário menos ambicioso (de manutenção das actuais condições e rácios médicos/população), faltariam 314 clínicos assistentes nos centros de saúde. Nas especialidades hospitalares, pelo contrário, em 2020 o número de médicos suplantará a capacidade de absorção do SNS, se este se mantiver ao nível actual. Mas os autores do estudo não analisaram eventuais saídas para o sector privado. Voltando aos médicos de família, e partindo do pressuposto de que cada um tem, em média, uma lista de 1550 utentes a seu cargo, mais de 480 mil cidadãos não terão médico atribuído no seu centro de saúde neste horizonte temporal, apesar do substancial aumento das vagas para as faculdades de Medicina (e para esta especialidade em concreto) que se tem verificado nos últimos anos. Porque os jovens que se formam e entretanto terminam o internato (anos em que fazem a especialidade) não chegam para substituir os profissionais que se aposentam por limite de idade. Trocando por miúdos, em 2020 manter-se-ia o grande problema actual, que é o da falta acentuada de médicos de família. Também os médicos de saúde pública vão escassear. Dentro de dez anos, até serão menos 28 por cento dos que existiam em 2007, de acordo com este trabalho. As projecções efectuadas pela equipa da Universidade de Coimbra no Estudo de Necessidades Previsionais de Recursos Humanos em Saúde - concluído a pedido da Administração Central do Sistema de Saúde no ano passado e a que o PÚBLICO teve agora acesso na íntegra - apontam para um défice de 112 médicos no final desta década. Incluindo os profissionais que trabalham nos hospitais e centros de saúde, entre 2008 e 2020 prevê-se que se reformem 8190 médicos em exercício no SNS, um terço do total dos profissionais hoje no activo, mas são os cuidados de saúde primários os mais afectados: 56 por cento dos médicos de família vão aposentar-se entretanto por limite de idade e mais de metade dos médicos de saúde pública também. As previsões constantes no estudo estão, no entanto, desactualizadas e o número total de aposentações deverá ser superior ao que consta no documento. A título de exemplo, no ano de 2009, reformaram-se 401 médicos, mas os autores do estudo estimavam que só se reformassem 194. E, este ano, a Caixa Geral de Aposentações já deu luz verde a mais de 450 pedidos, adiantava ontem o Expresso". Leia o texto na íntegra aqui.
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