Segundo o Publico de hoje, num texto da jornalista Rosa Soares "Portugal está a endividar-se cada vez mais e o nível das taxas de juro que está a pagar estão a disparar, como se vê pela emissão de Bilhetes do Tesouro realizada ontem, cujo custo foi o mais alto de sempre De Janeiro a Agosto, o aumento líquido da dívida pública portuguesa foi de 14,2 mil milhões de euros, muito próximo do limite de endividamento global autorizado no OE para a totalidade do ano, que é de 17,4 mil milhões de euros. Olhando para o volume de emissões de dívida realizadas este ano, verifica-se que a necessidade de pedir dinheiro emprestado ao mercado tem sido cada vez maior. Numa conta simples, feita pelo economista João Duque, Portugal está a agravar o seu endividamento a um ritmo de 2,5 milhões de euros por hora. No ano passado, exactamente de Janeiro a Agosto, o endividamento do país aumentou em 11,1 mil milhões de euros. Ou seja, o ritmo de endividamento era de 1,9 milhões de euros por hora, menos 27 por cento do que o ritmo actual. Ao ritmo a que está a endividar-se, o Governo esgotaria a capacidade de endividamento que está autorizado pela Assembleia da República ainda este mês. Entretanto há amortizações a fazer, pelo menos oito mil milhões de euros em Setembro, para as quais o IGCP, instituto que gere a dívida pública, pode já ter acauteladas verbas. Mas João Duque lembra que ainda faltam mais de três meses até ao final do ano, e que o mês de Dezembro implica o pagamento de subsídio de Natal a funcionários públicos e pensionistas. Neste momento, o total da dívida pública titulada ascende a 146.999 milhões de euros [montante que não incluiu o endividamento das parcerias público-privadas, e outras, como a dos hospitais e outras], quando em final de Dezembro era de 132.746 milhões de euros. Na actual gestão da dívida pública, João Duque vê como elemento positivo o alargamento do prazo da dívida, o que não impede que nos próximos anos o país tenha amortizações brutais para fazer. O endividamento agravou-se face ao Produto Interno Bruto (PIB de 2009), passando de 80 para 87 por cento do PIB do ano passado. Este cenário agrava-se com a reduzida perspectiva de crescimento da economia portuguesa este ano. João Duque, presidente do ISEG, não tem dúvidas de que este "ritmo de endividamento é insustentável, ainda mais porque se destina a fazer face a despesas correntes do Estado, que não param de crescer". Para este economista, "o país está a dar um péssimo sinal aos mercados e que os investidores são capazes de correr com primeiros-ministros, ao cortarem o financiamento ao país". Defende ainda que "o aumento dos juros e a redução da procura das emissões de dívida são sinais para levar a sério", pelos governantes. "Como somos um país pequeno, com fracas perspectivas de crescimento, e não temos outras garantias para dar, o país pode ser obrigado a tomar medidas mais drásticas, como o aumento de impostos", acrescenta. Ontem, em declarações ao Diário Económico, o presidente do BPI afirmou que "o mercado já não dá o benefício da dúvida a Portugal", e que se o país não cumprir as metas de redução do défice que se propôs, "ninguém vai querer saber de nós". Os juros das Obrigações do Tesouro (OT) - o principal instrumento de financiamento de Portugal - não param de subir, o que demonstra a desconfiança dos investidores face à sustentabilidade das contas públicas nacionais. A mesma desconfiança está a colocar-se face a outros países do Sul da Europa, mas em diferentes graus. Ontem, os juros das obrigações a 10 anos voltaram a subir face ao dia anterior, atingindo os 5,831 por cento. A margem que os investidores estão a exigir face às obrigações alemãs com a mesma maturidade está em máximos históricos de 342,3 pontos-base. A última emissão de OT a 10 anos foi feita a uma taxa de juro média de 5,997 por cento, o valor mais alto de sempre”.
Foi hoje noticiado - li no Jornal de Negócios num texto do jornalista Germano Oliveira - que "dos 27,3 milhões de euros reservados no Orçamento do Estado (OE) para a recuperação das universidades e politécnicos em dificuldades financeiras, a maior parte do dinheiro ainda não tem destinatário conhecido. Segundo os mapas do OE 2009, 7,6 milhões de euros estão reservados para quatro universidades (Algarve, Évora, Trás-os-Montes e Açores) e para dois politécnicos (Portalegre e Viana do Castelo). A maior parte do bolo está por distribuir, numa fatia que anda em torno dos 19,7 milhões de euros. Os responsáveis académicos dizem que estas verbas fazem parte da solução para assegurar o pagamentos dos salários nas instituições em maior dificuldade.O Negócios contactou o Ministério do Ensino Superior para saber se já estão definidos os beneficiários dos quase 20 milhões de euros que estão disponíveis na reserva. O gabinete de Mariano Gago confirma a existência de verbas para recuperação das instituições (e adianta que são 23,4 milhões de euros, ligeiramente acima do que vem assinalado no OE), mas não esclarece se já estão identificadas as instituições que irão beneficiar deste apoio orçamental".
Li no Publico num texto da jornalista Raquel Almeida Correia, que "Benfica e Sporting já rescindiram os contratos com a TBZ. Quando os problemas financeiros da TBZ começaram a evidenciar-se, no início deste ano, João Barroqueiro reuniu-se com fornecedores e clientes para negociar dívidas. No fundo, o fundador da empresa sentia-se responsável pelo colapso do negócio que criou há 12 anos e que representou marcas como Real Madrid, Benfica, FC Porto e Sporting. Em pouco mais de uma década, transformou uma empresa de 500 mil euros num gigante de 20 milhões. Em pouco menos de um ano, foi alvo de um arresto de bens, de um processo de insolvência, de rescisões de contratos milionários e está a ser investigada pelo Ministério Público por insolvência dolosa. Parte dos danos terá de ser assumida pelo Estado, uma vez que este detém 50 por cento da TBZ, através de um fundo de investimento do nacionalizado banco Efisa (via BPN). O caminho da empresa fundada por João Barroqueiro, em 1996, sempre foi atribulado. Depois de quatro anos a trabalhar sob o nome Sidith e de um contrato de gestão da marca Benfica, que não chegou a avançar, o gestor de 34 anos foi abordado pelos espanhóis da Biplano. A empresa de licenciamento e “merchandising” detinha a TBZ em Portugal e procurava um parceiro local.No ano 2000, Barroqueiro desfez-se da Sidith e comprou 75 por cento da sociedade. Nos cinco anos que se seguiram, praticamente tudo mudou na vida da TBZ. Quando se deu o negócio com a Biplano, a empresa facturava 500 mil euros por ano. Em 2005, as vendas rondavam os dez milhões. O que mudou? Contratos milionários com alguns dos maiores clubes nacionais: o Benfica assinou em 2001, o Sporting, a Académica e o Beira-Mar em 2004 e o FC Porto em 2005".
É uma pouca vergonha porque ninguhém sabe o real estado das companhias low cost. Hoje ficamos a saber que "a Sterling Airways declara falência e cancelou todos os voos, deixando em terra vários passageiros que não serão reembolsados. A companhia aérea de baixo custo Sterling Airways, sedeada na Dinamarca e que voava para o Funchal e Faro. Uma falência devido à actual crise financeira."Nas últimas semanas, a direcção, o conselho de administração e os accionistas da Sterling tentaram manter a empresa viva", lê-se num comunicado emitido pela companhia aérea e ao qual a agência Lusa teve acesso. "Infelizmente, esta acção não teve o efeito desejado, pelo que decidimos declarar falência, o que acontecerá durante o dia de hoje", acrescenta a companhia aérea. A Sterling Airways, que voava para o Funchal e Faro, cancelou todos os voos, deixando em terra vários passageiros que não serão reembolsados". Segundo a agência de Notícias PressTur, "a low cost nórdica Sterling, que operou em Faro e no Funchal, cessou hoje os voos e informou que entra em processo de falência, alegadamente por o colapso financeiro da Islândia ter obrigado o seu accionista, Palmi Haraldsson, a cessar o apoio de capital que estava a prestar-lhe.Um comunicado da companhia informa que os passageiros que compraram bilhetes através do seu website “infelizmente não serão reembolsados nem terão voos de regresso”.Quanto aos que compraram bilhetes em agências de viagens e operadores turísticos ou que pagaram com cartão de crédito, a Sterling diz, em relação aos primeiros, que devem contactar essas empresas e, quanto aos segundos, que devem tentar junto dos bancos um reembolso.A informação diz ainda que os seus passageiros que se encontram no exterior com hotel ou carro alugado através da Sterling vão poder manter esses serviços, “uma vez que são pagos através de parceiros de negócio”, mas que quanto ao voo de retorno à origem precisam “encontrar alternativas”.A Sterling especifica ainda que os clientes que reservaram a viagem, hotel e/ou carro através de uma agência de viagens ou operador turístico, devem contactar estas empresas “para um possível reembolso do voo de regresso”.“Sabemos que muitos seguros de viagem não protegem os titulares da falência de uma companhia aérea, mas se tem um seguro por favor contacte a companhia para uma clarificação”.O comunicado da Sterling em que anuncia a decisão de apresentar o pedido de falência refere que no Inverno 2007-2008 a companhia começou a perceber “sinais de estagnação do mercado” e admite que quando da escalada dos preços dos combustíveis ficou mais “exposta” pois tinha em curso uma “forte expansão da sua actividade”.A situação agravou-se na Primavera deste ano, com o abrandamento da procura e a forte subida do preço do combustível, o que levou a Sterling a acumular prejuízos fortes, face aos quais implementou um plano de reestruturação com redução de frota e pessoal e a retirada de actividades que não eram rentáveis.A Sterling refere que o seu accionista apoiou esse plano com uma injecção de 445, milhões de coroas dinamarquesas (74,6 milhões de dólares) e previa continuar a financiar a reestruturação, mas com o colapso do sistema financeiro islandês, em apenas três ou quatro semanas, não pode continuar.“Negociações foram realizadas com vários investidores potenciais, mas foi impossível chegar a soluções finais. O resultado inevitável é que a Sterling Airlines A/S não tem outra opção que não seja a declaração de falência”, acrescenta.A imprensa dinamarquesa está a noticiar que a decisão da Sterling de parar as actividades deixou milhares de passageiros sem os seus voos de regresso em vários aeroportos europeus.A Sterling, com uma frota de 27 aviões Boeing 737 e 1.100 trabalhadores, voava para 40 destinos na Europa, entre eles Faro (ligações com Copenhaga, Estocolmo e Oslo) e Funchal (ligações com Copenhaga)".
Parece que a maior seguradora dos EUA pode ser a próxima vítima. Segundo Pedro Latoeiro do Diário Económico, "poucas horas depois de a Lehman Brothers declarar falência e de a Merrill Lynch ser absorvida pelo Bank of America, as autoridades norte-americanas já tinham outro problema nas mãos: a sobrevivência da American International Group (AIG), a maior seguradora dos Estados Unidos. A abertura de Wall Street não amenizou os receios das autoridades: as acções da AIG abriram a perder 41% perante as dificuldades da empresa em aumentar o seu capital e evitar cortes nos ‘ratings’ das agências de notação financeira.A seguradora norte-americana esteve em negociações com alguns dos maiores investidores e fundos de capital de risco norte-americanos, que incluiu o milionário Warren Buffett, mas a solução apresentada ao mercado foi aceder a 20 mil milhões de dólares (mil milhões de euros) de capital das suas subsidiárias, uma medida de desespero para aumentar os seus níveis de liquidez".
Ministro das Finanças admite impacto da crise
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Situação da economia americana não afectará Portugal
Segundo Nuno Carregueiro do Jornal de Negócios, "a firma que foi fundada em 1850, superou a Grande Depressão e outras graves crises financeiras, sucumbiu ao subprime . A Lehman Brothers protagoniza a maior falência de sempre nos Estados Unidos, com uma dívida total de 613 mil milhões de dólares e activos avaliados em 639 mil milhões de dólares. Seis vezes mais do que a Worldcom. A Lehman Brothers, fundada em 1850, vai entregar hoje um pedido de falência, depois de várias companhias terem desistido da sua compra e o Governo norte-americano ter recusado uma intervenção como fez na Freddie Mac, Fannie Mae e Bear Stearns.Com 158 anos de história, a Lehman foi fundada por três emigrantes judeus provenientes da Alemanha, sendo das poucas firmas americanas com mais de cem anos de história. Superou as falências das companhias de caminhos de ferro no século XIX, a Grande Depressão dos anos 30 e o colapso do Long Term Capital Management na década passada.Foi o “subprime”, crise que a própria companhia ajudou a formar (era a maior emissora de dívida relacionada com crédito à habitação) que afundou a Lehman.Com uma dívida total de 613 mil milhões de dólares, a falência da Lehman vai penalizar ainda mais as companhias que estão expostas aos seus activos. Entre os 10 maiores credores, as dividas da Lehman sem qualquer colateral ascendem a 157 mil milhões de dólares".Os valores relativo aos activos estão em mil milhões de dólares.
A firma que já foi a quarta maior de Wall Street, protagoniza a maior falência de sempre nos Estados Unidos. Veja o gráfico com a ascensão e queda das acções da companhia fundada em 1850. (fonte: Jornal de Negócios com Bloomberg)
A Lehman Brothers apresentou o pedido de falência e representa a maior operação de sempre nos EUA. A empresa tem activos avaliados em mais de 600 mil milhões de dólares, um valor que compara com os 103 mil milhões da WorldCom. (fonte:Jornal de Negócios)