Olhando para as várias qualidades consideradas politicamente relevantes, como a honestidade, a competência, a simpatia, a experiência, a empatia ou a frontalidade, “Carlos Moedas apresenta nesta sondagem uma clara vantagem face a Alexandra Leitão”. É assim que começam por destacar os autores da sondagem do ICS/ISCTE para o Expresso e a SIC no capítulo onde, característica a característica, os inquiridos são desafiados a escolher, em comparação direta, qual dos dois candidatos lhes parece ser mais simpático, mais experiente ou ter uma liderança mais forte, por exemplo. Carlos Moedas ganha em todos os parâmetros na globalidade da amostra e também tem uma avaliação menos negativa entre os eleitores de esquerda do que a concorrente tem entre os eleitores de direita.
Avaliação da situação em Lisboa
Boas notícias para o autarca de Lisboa, que, a
dois meses e meio da ida a votos, parte em vantagem em termos de notoriedade e
avaliação pessoal. Entre os 800 inquiridos, 51% dizem que Moedas é mais
experiente do que Alexandra Leitão (apenas 14% escolheram a ex-ministra
socialista), 43% veem Moedas como mais simpático do que Alexandra Leitão e 37%
dizem que o atual presidente da câmara é uma pessoa mais honesta do que a
adversária (19% disseram o contrário). Os números repetem-se na mesma ordem de
grandeza, com Moedas a ter scores entre os 33% e os 51% e Alexandra Leitão a
ficar-se entre os 14% e os 24% da preferência dos lisboetas nos vários
parâmetros. Os níveis de rejeição de ambos não são particularmente elevados,
com 9% a 15% dos eleitores a dizerem que os dois não se distinguem nas várias
características.
Esquerda vê qualidades em Moedas
Outra boa notícia para Carlos Moedas é a análise das preferências dos eleitores que se assumem como simpatizantes do PS, BE, Livre ou PAN, que, por maioria de razão, teriam tendência para não ver aspetos positivos na atuação do autarca. Mas até veem: os eleitores de esquerda dividem-se quando a pergunta é “qual dos dois é mais experiente” (36% escolheram o incumbente, por levar quatro anos como presidente, e 36% a adversária, que foi secretária de Estado da Educação, ministra da Modernização Administrativa e líder parlamentar do PS). Mais: mesmo que as escolhas deste segmento do eleitorado recaiam maioritariamente na candidata do PS, 26% chegam a preferir Moedas como aquele que tem “uma liderança mais forte”, 25% veem Moedas como “mais simpático”, 21% como mais ponderado do que Alexandra Leitão e 18% como mais “honesto”. Por oposição, quando olhamos à lupa para o eleitorado do PSD, CDS e IL, Moedas é esmagador e Alexandra Leitão não tem qualquer hipótese. O melhor score que a socialista faz junto destes eleitores são 12% dos inquiridos a considerar que ela diz mais o que pensa do que Carlos Moedas.
FICHA TÉCNICA
Sondagem cujo trabalho de campo decorreu entre os dias 14 e 27 de julho de 2025. Foi coordenada por uma equipa do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-ULisboa) e do ISCTE — Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL), tendo o trabalho de campo sido realizado pela GfK Metris. O universo da sondagem é constituído por indivíduos, de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 18 anos e capacidade eleitoral ativa, recenseados nas freguesias do concelho de Lisboa. Os respondentes foram selecionados através do método de quotas, com base numa matriz que cruza as variáveis sexo e idade (4 grupos). A partir de uma matriz inicial baseada na distribuição da população eleitora pelas 24 freguesias do concelho de Lisboa com base nos dados do recenseamento eleitoral (MAI, 31 de dezembro de 2024), foram selecionados aleatoriamente 91 pontos de amostragem, onde foram realizadas as entrevistas de acordo com as quotas acima referidas. A informação foi recolhida através de entrevista direta e pessoal na residência dos inquiridos, em sistema CAPI, e a intenção de voto recolhida recorrendo a simulação de voto em urna. Foram contactados 2088 lares elegíveis (com membros do agregado pertencentes ao universo) e obtidas 800 entrevistas válidas (taxa de resposta de 38%; taxa de cooperação de 50%). O trabalho de campo foi realizado por 31 entrevistadores, que receberam formação adequada às especificidades do estudo. A margem de erro máxima associada a uma amostra aleatória simples de 800 inquiridos é de +/- 3,5%, com um nível de confiança de 95%. Nos gráficos seguintes, todas as percentagens são arredondadas à unidade, podendo a sua soma ser diferente de 100% (Expresso, texto dos jornalistas Rita Dinis e Jaime Figueiredo)
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