quinta-feira, julho 25, 2013

Reuters: futuro da agência passa por revolução



Escreve o DN deLisboa que a  Reuters prepara se para se reorganizar. Profundamente. A agência de notícias com mais de 150 anos de existência pretende, no prazo de cinco anos, reduzir despesas, mas sem comprometer a produção editorial. De acordo com documentos internos a que o site The Baron, composto por ex-funcionários da empresa, teve acesso, essa reestruturação inclui a realocação de alguns serviços, o encerramento de outros a nível local e a contratação de um serviço externo para a cobertura de eventos desportivos. Duas centenas de trabalhadores da agência de notícias enfrentam o despedimento.
O mesmo portal online fala ainda do despedimento de duas centenas de funcionários com “desempenho fraco”, que se juntarão assim aos 195 que já tinham sido dispensados há dois anos e que, na época, representaram 6,6% dos trabalhadores efetivos. Mais: os postos que ficarem agora vagos poderão ser ocupados por “talentos de grande calibre”, capazes de produzir “jornalismo de valor acrescido” a partir de países que apresentem atualmente economias emergentes.
Conhecida internamente como “Big Bang”, esta mudança foi um dos dois cenários apresentados pela administração da Reuters a Andrew Rashbass, CEO da empresa desde final de maio deste ano. Já a outra solução pensada parece ter ficado posta de lado por acarretar riscos para a qualidade do serviço noticioso, uma vez que não permitiria à empresa implementar qualquer alteração nos seus departamentos, áreas de cobertura e localização geográfica de jornalistas. Este foi anunciado como mais um passo para a modernização da empresa, que visa assim “ser vir melhor os seus clientes”. Um princípio que, desde o seu nascimento, esteve sempre presente no espírito da agência. Por exemplo, no início de 2000, a Reuters tornou público um conjunto de iniciativas gerais criadas para acelerar o uso das tecnologias web, abrir novos mercados e migrar os seus principais negócios para um modelo baseado na Internet.
Subsidiária da Thomson Reuters – fruto da fusão, em 2007, da canadiana Thomson Corporation com a britânica Reuters por 8,7 mil milhões –, a empresa tem cerca de 14 mil funcionários (entre os quais quase três mil jornalistas espalhados pelo mundo) e produz notícias em quase duas dezenas de línguas, prolongando o espírito do seu fundador, Paul Julius Reuter.
Agência com pombos- correio
Foi este alemão, que em jovem trabalhou em Paris, França, na então nova agência de Charles- Louis Havas (que por sua vez viria a transformar- se na France-Presse) que fundou aquela que hoje é uma das mais antigas e maiores empresas de comunicação do mundo. Tudo começou em 1850 em Aachen, na Alemanha, onde Reuter, criado na fé judaica e depois convertido ao cristianismo, utilizou pombos-correio para transmitir mensagens entre aquela localidade independente da Alemanha e Bruxelas. Em outubro de 1851, começaram a circular as primeiras informações do mercado de ações entre Paris e a capital britânica, Londres, através do novo cabo telegráfico Calais- Dover, considerando- se esse ano o da fundação da agência. Apesar de alegar “integridade jornalística” e “imparcialidade”, nos últimos anos, a Reuters tem sido acusada por norte-americanos conservadores e de direita de ser mais liberal ou de esquerda. Fora dos EUA, já lhe foi apontado o dedo por ser pró- britânica ou pró- americana.
Agência Lusa encerra 2013 com prejuízo
A agência de notícias portuguesa também enfrenta uma reestruturação. Maioritaria - mente detida pelo Estado (50,14 por cento), a Lusa tem- se batido, nos últimos meses, por cortes no financiamento público, por despedimentos, pela redução na remuneração das chefias e pelo fecho de delegações. Ainda assim, esta semana, o presidente do Conselho de Administração da agência, Afonso Camões, afirmou à Comissão de Trabalhadores (CT) que a Lusa vai fechar o ano de 2013 com prejuízo. No comunicado enviado por aquele organismo, os trabalhadores entendem que “as perspetivas são preocupantes”.
AFP é a agência mais antiga do mundo
A Agence France- Presse (AFP) é, ao lado da Associated Press (AP) e da Thomson Reuters, uma das três maiores agências de notícias do mundo e a mais antiga de todas. Fundada em 1835, tem sede em Paris e delegações regionais em Nicósia (Chipre), Montevideu (Uruguai), Hong Kong (China) e Washington (EUA), bem como escritórios em 150 países. Transmite notícias em português, francês, inglês, árabe, espanhol e alemão.