Li no
Público que na sua análise à economia da zona euro, o Fundo avisa que há o
risco de estagnação a médio prazo. O Fundo
Monetário Internacional elogiou esta quinta-feira a extenção de prazos
concedida a alguns países da zona euro para cumprir as metas definidas para o
défice público, mas salientou que uma "flexibilidade adicional" pode
vir a ser necessária. No relatório sobre a situação económica na zona
euro (no âmbito do artigo IV da instituição), o FMI revela preocupações
relativamente à actual conjuntura, assinalando que "apesar das políticas
aplicadas em diversas frentes, o crescimento continua sem se encontrar e o
desemprego elevado subsiste, especialmente entre os jovens".
O Fundo destaca também os elevados e persistentes
níveis de endividamento das empresas e das famílias, num cenário em que os
sectores bancários da zona euro permanecem frágeis e fragmentados. Por isso,
diz, "estes desenvolvimentos aumentaram os riscos de estagnação, de
tensões sociais e políticas e de contágio para a economia global". Neste
cenário, o FMI defende que a primeira prioridade deve ser a de "tornar
saudáveis os balanços dos bancos para que se possa reavivar o crédito" e
pede ao BCE que dê à economia ainda mais apoio, incluindo novas descidas de
taxas de juro, caso se venha a revelar necessário. Em relação às contas
públicas, o Fundo, que faz parte da troika que está a avaliar e o programa
português, defende que se deve seguir na zona euro "um ritmo diferenciado
de ajustamento com um enquadramento de médio prazo credíveis". É por isso
que são bem-vindas "as recentes extensões de prazos para alguns países
cumprirem as suas metas para o défice orçamental". Ainda assim, o FMI acha
que pode ser preciso mais. "Uma flexibilidade orçamental adicional pode
ainda vir a ser necessária em alguns casos, especialmente se esse espaço de
manobra for usado para implementar reformas estruturais mais profundas ou para
capitalizar bancos viáveis", afirma o relatório. O FMI mantém as previsões
apresentadas para a zona euro, antecipando uma retracção do PIB de -0,6% este
ano e uma retoma de 0,9% este ano.