quinta-feira, julho 25, 2013

FMI defende flexibilidade adicional nos défice de alguns países



Li no Público que na sua análise à economia da zona euro, o Fundo avisa que há o risco de estagnação a médio prazo. O Fundo Monetário Internacional elogiou esta quinta-feira a extenção de prazos concedida a alguns países da zona euro para cumprir as metas definidas para o défice público, mas salientou que uma "flexibilidade adicional" pode vir a ser necessária. No relatório sobre a situação económica na zona euro (no âmbito do artigo IV da instituição), o FMI revela preocupações relativamente à actual conjuntura, assinalando que "apesar das políticas aplicadas em diversas frentes, o crescimento continua sem se encontrar e o desemprego elevado subsiste, especialmente entre os jovens".
O Fundo destaca também os elevados e persistentes níveis de endividamento das empresas e das famílias, num cenário em que os sectores bancários da zona euro permanecem frágeis e fragmentados. Por isso, diz, "estes desenvolvimentos aumentaram os riscos de estagnação, de tensões sociais e políticas e de contágio para a economia global". Neste cenário, o FMI defende que a primeira prioridade deve ser a de "tornar saudáveis os balanços dos bancos para que se possa reavivar o crédito" e pede ao BCE que dê à economia ainda mais apoio, incluindo novas descidas de taxas de juro, caso se venha a revelar necessário. Em relação às contas públicas, o Fundo, que faz parte da troika que está a avaliar e o programa português, defende que se deve seguir na zona euro "um ritmo diferenciado de ajustamento com um enquadramento de médio prazo credíveis". É por isso que são bem-vindas "as recentes extensões de prazos para alguns países cumprirem as suas metas para o défice orçamental". Ainda assim, o FMI acha que pode ser preciso mais. "Uma flexibilidade orçamental adicional pode ainda vir a ser necessária em alguns casos, especialmente se esse espaço de manobra for usado para implementar reformas estruturais mais profundas ou para capitalizar bancos viáveis", afirma o relatório. O FMI mantém as previsões apresentadas para a zona euro, antecipando uma retracção do PIB de -0,6% este ano e uma retoma de 0,9% este ano.