Mostrar mensagens com a etiqueta Pobreza. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Pobreza. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, janeiro 30, 2025

Pobreza absoluta em Portugal cai, mas Lisboa regista níveis preocupantes à boleia do preço das casas

A taxa de risco de pobreza absoluta em Portugal diminuiu nos últimos 17 anos, situando-se atualmente entre os 8,5% e os 12,6%, dependendo do método de cálculo utilizado. Embora tenha ocorrido uma melhoria, os dados revelam ainda disparidades significativas, especialmente entre desempregados e famílias com crianças. De acordo com o relatório intercalar Portugal, Balanço Social, intitulado “Quem consegue pagar as despesas essenciais? Uma análise da pobreza absoluta em Portugal”, publicado pela Fundação la Caixa | BPI e elaborado pela equipa da Nova SBE, coordenada pela Professora Susana Peralta, os desempregados continuam a ser os mais afetados pela pobreza absoluta, com uma taxa de 25%, seguida pelas famílias com crianças, que registam 12,2%.

Lisboa destaca-se como a única região do país onde a pobreza absoluta ultrapassa a relativa, refletindo o elevado custo de vida na capital, especialmente no que se refere à habitação. As regiões autónomas, nomeadamente Açores e Madeira, apresentam as maiores taxas de pobreza absoluta, com 22,1% e 15%, respetivamente.

domingo, dezembro 22, 2024

Ilhas e Algarve registam maior risco de pobreza em Portugal

Os cidadãos dos Açores e Madeira e os algarvios apresentam os maiores indicadores de risco de pobreza no país, demonstra um relatório da UE. O país está ainda em vários indicadores negativos. Quase 72 milhões de europeus estão em risco de pobreza, revela o Eurostat nesta quinta-feira. Este valor representa 16,2% da população do continente, onde a Itália apresenta as três regiões NUTS III mais penalizadas. Destas, duas têm considerável dinâmica turística, característica coincidente com as três regiões portuguesas mais penalizadas pelo risco de pobreza. No continente, o Algarve é a região com maior risco, surgindo praticamente nos 20%, um ponto percentual acima do Norte. A maior região turística do país é, contudo, superada pela Madeira (24,8%) e pelos Açores (26,1%).

Ampliando a lupa à Península Ibérica, as regiões transfronteiriças portuguesas acabam por se revelar, ainda assim, menos penalizadas. É o caso do Algarve perante a Andaluzia, que tem o pior resultado ibérico, com 30,5% da população em risco de pobreza. Setentrional ao Norte português, a Galiza apresenta um valor de 19,4%, contra 18,8% do lado nacional. Na linha atlântica, as Canárias apresentam 26,1% de pessoas em risco de pobreza, valor igual ao dos Açores, mas acima da vizinha Madeira. A nível continental, Itália apresenta os territórios mais penalizados pela pobreza (se não considerarmos a Guiana Francesa, território atlântico vizinho do Brasil onde mais de metade da população se encontra nesta situação), com 38% dos sicilianos em situação de risco e os vizinhos da Calabria (a biqueira da “bota” na geografia italiana) com dois quintos da população afetada. Logo acima, a Campania, que inclui Nápoles e as turísticas Capri e Costa Amalfitana, reforça a noção da maior fragilidade social no sul daquele país, apresentando-se em linha com a Sicília.

sábado, maio 25, 2024

Taxa de risco de pobreza aumentou para 17% no ano passado e afecta mais estes grupos específicos

A taxa de risco de pobreza diminuiu em 2022 para 16,4% e subiu para 17% em 2023. A incidência da pobreza é maior entre os desempregados (41,3%), famílias monoparentais (29,9%) e indivíduos menos escolarizados (21,9%). Os dados são do relatório “Portugal, Balanço Social 2023” da Fundação “la Caixa”, BPI e Nova SBE. Também a taxa de risco de pobreza das mulheres é mais alta do que a os homens (16,8% vs. 15,9%); e os trabalhadores com contratos temporários enfrentam um risco de pobreza três vezes superior ao dos trabalhadores com contratos permanentes (20,6% e 7,4%, respectivamente). Em 2023, a taxa de risco de pobreza (17%) voltou a aumentar, atingindo assim mais de 1,8 milhões de pessoas, ou seja, um acréscimo de 60 mil pessoas em situação de pobreza. Embora o aumento na prevalência da pobreza se reflicta em todos os grupos etários, é mais pronunciado nas crianças, cuja taxa de risco de pobreza aumentou 2,2 pontos percentuais face a 2022. Os desempregados continuam com uma taxa de risco de pobreza mais de quatro vezes superior (46,4%) à das pessoas empregadas (10,0%).

O documento, da autoria de Susana Peralta, Bruno P. Carvalho e Miguel Fonseca, que integram o Nova SBE Economics for Policy Knowledge Center, analisa a situação socioeconómica das famílias em Portugal a partir do rendimento, da privação material, das condições de habitação, do acesso à educação e saúde e estabelece relações entre pobreza, situação laboral e nível de educação. A quarta edição do balanço dedica um capítulo à saúde mental e bem-estar e um capítulo às percepções, expectativas e confiança nas Instituições.

quarta-feira, dezembro 27, 2023

Pobreza: um conceito visto à lupa

Como se explica que o Luxemburgo, um pequeno país com um dos maiores PIB per capita do mundo, esteja mais longe de erradicar a pobreza do que a Hungria? Os dados não revelam tudo. É preciso conhecer os conceitos estatísticos que os suportam, defende neste artigo a especialista em estatística e diretora da Pordata Luísa Loura.

Os mais recentes dados sobre a pobreza revelam que o Luxemburgo está mais longe de erradicar a pobreza do que a Hungria. Será que é mesmo assim? Quando se olha para a lista de países da União Europeia e para as suas respetivas taxas de risco de pobreza, ordenadas por ordem decrescente, há posições inesperadas. É o caso do Luxemburgo, onde a taxa de risco de pobreza atinge os 17%, e da Hungria, onde este valor é de apenas 12%. Há uma definição estatística pelo meio que tem de ser bem entendida antes de podermos interpretar estes dados. A taxa de risco de pobreza reflete a proporção da população que vive abaixo do limiar do risco de pobreza. E é na definição deste limiar que está o cerne do conceito de «risco de pobreza».

Como se define o limiar de risco de pobreza?

O limiar de risco de pobreza não é um valor único. É estabelecido para cada país e calculado (em dois passos) a partir dos rendimentos líquidos da população. Para isso, primeiro apura-se o valor do rendimento que separa a metade da população com rendimentos mais baixos da metade que tem rendimentos mais elevados. A este valor chamamos «rendimento líquido mediano». O limiar de risco de pobreza é igual a 60% deste rendimento líquido mediano. Fica claro desta definição que o limiar de risco de pobreza varia de país para país.

sábado, dezembro 16, 2023

Taxa de risco de pobreza em Portugal é de 42% sem transferências sociais

Depois de contabilizadas as transferências sociais, a taxa de risco de pobreza em 2022 cai para 21,2%, quando se consideram as relativas a pensões de reforma e sobrevivência, e para 17%, quando incluídas as restantes, relacionadas com doença e incapacidade, família, desemprego e inclusão social A taxa de risco de pobreza em Portugal, antes de qualquer transferência social, é de 41,8%, apontaram Inês Tavares e Renato Miguel do Carmo, do Observatório das Desigualdades, em estudo agora divulgado, baseado em informação de 2022. O documento -- "Análise da Pobreza, Privação e Desigualdades em Portugal: Tendências recentes num País Persistentemente Desigual" -- tem por fonte o Inquérito às Condições de Vida e de Rendimento, realizado pelo Instituto Nacional de Estatística e divulgado no final de novembro.

A taxa de risco de pobreza é definida como a proporção da população cujo rendimento equivalente se encontra abaixo da linha de pobreza, situada em 60% do rendimento mediano por adulto equivalente. Depois de contabilizadas as transferências sociais, a taxa de risco de pobreza em 2022 cai para 21,2%, quando se consideram as relativas a pensões de reforma e sobrevivência, e para 17%, quando incluídas as restantes, relacionadas com doença e incapacidade, família, desemprego e inclusão social. Tavares e Carmo avançam que, para se estar em risco de pobreza em 2022, os rendimentos monetários líquidos anuais teriam de ser inferiores ao limiar de 7.095 euros (591 euros por mês). Em termos dinâmicos, aqueles 17% evidenciam um aumento de 0,6 pontos percentuais (pp) face a 2021, contrariando a descida verificada neste ano.

terça-feira, novembro 28, 2023

Sem apoios sociais quase 4,4 milhões de pessoas em Portugal seriam pobres

Quase 4,4 milhões de pessoas em Portugal seriam pobres se não houvesse transferências sociais, revela o Instituto Nacional de Estatísticas baseando-se em dados de 2022, ano em que a taxa de risco de pobreza aumentou para 17%. Os dados constam do mais recente Inquérito às Condições de Vida e Rendimentos (ICOR), realizado em 2023, mas relativo aos rendimentos de 2022, e dão conta de um aumento da taxa de risco de pobreza de 0,6 pontos percentuais (p.p.) em comparação com 2021, o que significa mais 81 mil pessoas. De acordo com o INE, “o contributo das transferências sociais para a redução da pobreza foi de 4,2 p.p. em 2022”.

“Considerando apenas os rendimentos do trabalho, de capital e transferências privadas, 41,8% da população residente em Portugal estaria em risco de pobreza em 2022”, o equivalente a 4.365.675 pessoas, refere o instituto. Segundo o INE, os rendimentos provenientes de pensões de reforma e sobrevivência fizeram com que o risco de pobreza baixasse em 20,6 p.p., “resultando assim, numa taxa de risco de pobreza após pensões e antes de transferências sociais de 21,2%”.

Público - Taxa de risco de pobreza em Portugal subiu para 17%. Lisboa teve o maior aumento

 

Em 2022, havia mais 81 mil pessoas a viverem com menos de 591 euros mensais. A pobreza ou exclusão social ameaça agora 2,1 milhões de portugueses. Especialistas admitem agravamento da pobreza urbana. Depois de uma diminuição registada em 2021, a taxa de risco de pobreza em Portugal voltou a subir, para os 17%, em 2022, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelados esta segunda-feira. Um aumento de 0,6 pontos percentuais, o que significa que mais 81 mil pessoas viviam com rendimentos mensais líquidos inferiores a 591 euros.

A Área Metropolitana de Lisboa (AML) destaca-se pela negativa: é a região com o maior aumento de pobreza e também a que apresenta o maior nível de desigualdades. “Alguma coisa estranha se está a passar na Área Metropolitana de Lisboa”, diz o investigador Fernando Diogo, especialista em questões de pobreza, da Universidade dos Açores. “Este aumento ligeiro da taxa do risco de pobreza tem muito que ver com o que se passou na AML nesse período e também um bocadinho nos Açores. Mas é sobretudo a AML que influencia, pelo peso do aumento e pelo peso da população que ali reside – porque é que há esta divergência e, sobretudo, este aumento de pobreza, é a questão que se coloca e não tenho resposta para ela”, diz.

O sociólogo destaca assim os dados relativos à taxa do risco de pobreza por região, em que se percebe que apenas a AML e os Açores viram crescer esse risco, enquanto no centro a taxa se manteve, tendo baixado nas restantes. Apesar de os Açores e a Madeira continuarem a ter as taxas de risco de pobreza mais elevadas do país – 26,1% e 24,8%, respectivamente –, os dois arquipélagos revelaram tendências diferentes na comparação entre os dois últimos anos, com a taxa a subir um ponto percentual nos Açores e a diminuir 1,1 pontos percentuais na Madeira.

Pobreza aumenta em Portugal: 17% da população vive com menos de 591 euros por mês

Os resultados do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, realizado em 2023 sobre rendimentos do ano anterior, indicam que 17% das pessoas estavam em risco de pobreza em 2022, mais 0,6 pontos percentuais (p.p.) do que em 2021. A taxa de risco de pobreza correspondia, em 2022, à proporção de habitantes com rendimentos monetários líquidos (por adulto equivalente) inferiores a 7 095 euros (591 euros por mês). Segundo o INE, o aumento da pobreza abrangeu todos os grupos etários, embora de forma mais significativa os menores de 18 anos (mais 2,2 p.p. relativamente ao ano anterior). A taxa de risco de pobreza dos adultos em idade ativa aumentou 0,4 p.p e a da população idosa aumentou 0,1 p.p. O crescimento da taxa de risco de pobreza afetou mais significativamente as mulheres (mais 0,9 p.p., de 16,8% em 2021 para 17,7% em 2022) do que os homens (mais 0,3 p.p., de 15,9% em 2021 para 16,2% em 2022). Os mesmos dados mostram que em 2022, 22,7% da população que apenas tinha concluído o ensino básico era pobre, um valor significativamente superior às proporções de 13,5% para a população que tinha terminado o ensino secundário ou pós-secundário e de 5,8% para a população que tinha concluído o ensino superior.

domingo, janeiro 22, 2023

INE: Em 2021, o risco de pobreza diminuiu para 16,4%

O Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, realizado em 2022 sobre rendimentos do ano anterior, indica que 16,4% das pessoas estavam em risco de pobreza em 2021, menos 2,0 pontos percentuais (p.p.) do que em 2020. A taxa de risco de pobreza correspondia, em 2021, à proporção de habitantes com rendimentos monetários líquidos (por adulto equivalente) inferiores a 6 608 euros (551 euros por mês).

A diminuição da pobreza abrangeu todos os grupos etários, embora tenha sido mais significativa para a população idosa (menos 3,1 p.p.); o risco de pobreza dos menores de 18 anos diminuiu 1,9 p.p. e o dos adultos em idade ativa diminuiu 1,6 p.p. O risco de pobreza diminuiu quer para a população empregada, de 11,2% em 2020 para 10,3% em 2021, quer para a população desempregada, de 46,5% em 2020 para 43,4% em 2021. As transferências sociais, relacionadas com a doença e incapacidade, família, desemprego e inclusão social contribuíram para a redução do risco de pobreza em 5,1 p.p. (de 21,5% para 16,4%), um contributo superior ao do ano anterior (4,6 p.p.).

quinta-feira, novembro 10, 2022

Quase uma em cada 4 crianças portuguesas em risco de pobreza e exclusão social, aponta Eurostat

 

Cerca de uma em cada quatro crianças portuguesas com menos de 18 anos (22,9%) vivia, em 2021, em situação de pobreza ou exclusão social, um valor abaixo da média da União Europeia (UE 24,4%), segundo dados hoje divulgados pelo Eurostat. De acordo com o serviço de estatística da UE, a pobreza e a exclusão social abrangem ainda 22,5% das pessoas acima dos 18 anos, com a média da UE a registar um valor aquém do de Portugal (21,1%). Entre os Estados-membros, em 2021, as maiores percentagens de crianças em risco de pobreza e exclusão social foram registadas na Roménia (41,5%), Espanha (33,4%) e Bulgária (33,0%) e as menores, por seu lado, na Eslovénia (11,0%), Finlândia (13,2%) e República Checa (13,3%). O Eurostat sublinha que as crianças que crescem em situação de pobreza e exclusão social têm maior dificuldade em obter bons resultados escolares, em ser saudáveis e a perceber o seu potencial no futuro. Correm ainda maior risco de desemprego, pobreza e exclusão social em adultos (Multinews, texto do jornalista Pedro Zagacho Gonçalves)

domingo, outubro 23, 2022

Pobreza dispara em Portugal. Supermercados já colocam alarmes em latas de atum para travar furtos de comida

Algumas grandes superfícies em Portugal estão a colocar alarmes em latas de atum e outros alimentos de baixo valor, devido ao aumento brutal dos furtos de comida. Esta situação começou a escalar desde setembro, altura em que se começou a sentir verdadeiramente no bolso dos portugueses o peso da inflação, acima dos 10 por cento, que fez com que se acentuasse a situação de pobreza em que muita gente vive, revela uma reportagem publicada esta sexta-feira pelo jornal "Expresso". De acordo com a Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED), que representa os super e hipermercados nacionais, os furtos estão a aumentar sobretudo em alimentos de valor baixo ou médio, como garrafas de azeite, latas de atum, salmão congelado ou bacalhau, pode ler-se no semanário. Os autores destes furtos são sobretudo pessoas em situações mais graves de carência, nomeadamente idosos ou pais e mães que vivem em situações de pobreza e furtam comida para os filhos. Estas situações têm-se vindo a agravar muito devido à conjuntura internacional, como a Guerra na Ucrânia, que tem gerado um aumento gradual e progressivo dos preços de bens de primeira necessidade, como a comida, o gás ou a eletricidade. A inflação superou já os 10 por cento em Portugal, a maior subida nos últimos 30 anos (MAGG)

Pobreza em Portugal. Mais de 1,6 milhões de portugueses vive com menos de 540€ por mês

Portugal é um dos países da Europa cujos cidadãos estão em maior risco de pobreza, de acordo com uma análise da Pordata, com base em dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgada este domingo, 17 de outubro, dia em que se assinala o Dia Internacional pela Erradicação da Pobreza. Em 2019, mais de 1,6 milhões de portugueses (16,2% da população residente) viviam abaixo do limiar da pobreza, classificação que diz respeito a rendimentos inferiores a 540€ por mês. A situação é visível também nas escolas e reflete-se nos milhares de alunos que precisam de apoio económico. "O número de beneficiários destes apoios tem aumentado progressivamente, sendo o ano de 2019 aquele em que mais estudantes receberam apoio socioeconómico desde 1981", revela a Pordata, segundo o jornal "Expresso", referindo-se a 380 mil alunos do ensino público não superior que receberam apoio socioeconómico e 223 mil que tiveram apoio da Ação Social Escolar na alimentação.

"Pobres passarão fome ou congelarão este inverno" a menos que os Governos tomem medidas

Os Governos devem adaptar os benefícios sociais e os salários à inflação global, caso contrário "perder-se-ão vidas", avisou hoje Olivier De Schutter, relator da ONU. "Os orçamentos familiares em todo o mundo estão a ser esticados até ao limite, o que significa que os mais pobres passarão fome ou congelarão este inverno, a menos que sejam tomadas medidas imediatas para aumentar as suas receitas", disse, em comunicado, De Schutter, relator especial sobre a pobreza e direitos humanos.

Para o relator, a subida de preços dos produtos básicos, tal como crise já provocada pela pandemia de covid-19, poderá deixar entre 75 milhões a 95 milhões de pessoas em situação de pobreza este ano. Olivier De Schutter destacou a necessidade em melhorar o isolamento térmico das residências perante o inverno que se avizinha no hemisfério norte, onde pode haver uma grande escassez de gás como consequência indireta da guerra na Ucrânia. O relator falou no Conselho da Europa em Estrasburgo (França) no dia em que se assinala o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, instituído oficialmente pelas Nações Unidas em 1992 (SIC Noticias)

Pobreza em Portugal: um problema que a pandemia e a guerra vieram agravar

A 17 de outubro, o mundo assinalou o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza que em Portugal, em pleno século XXI, afeta quase metade da população. É, aliás, preciso recuar até 2014, ano em que terminou a terceira intervenção da troika no país, para encontramos um aumento tão expressivo quanto o atual no número de pessoas em risco de pobreza ou exclusão social. Mas, se a pobreza em Portugal seguia desde 2017 uma tendência crescente, após dois anos de pandemia e com a chegada da guerra à Europa, a situação piorou e a previsão é a de que vai agravar-se.

“Esta é mais uma crise global, que atinge de forma muito particular as camadas mais vulneráveis da sociedade, acelerando a degradação de uma situação já precária. Portugal, que já vinha registando uma tendência preocupante no que diz respeito ao aumento da pobreza, também tem sido afetado pelo panorama atual, que não apenas dificulta a melhoria desta situação, como também a agrava”, alerta a Pordata num estudo divulgado esta segunda-feira Para chegar a estas conclusões foram analisados dados como "a idade, família, trabalho ou a vida quotidiana dos cidadãos” para se perceber que são, sobretudo, três os grupos mais afetados: - famílias com filhos; - desempregados; e, - pessoas com mais de 65 anos.

Crédito à habitação: número de famílias a pedir ajuda volta a subir

O número de famílias sobreendividadas que pedem ajuda à Deco aumentou, desde setembro, não só devido ao aumento do custo de vida, mas também à subida das prestações do crédito à habitação, com as primeiras revisões da taxa Euribor. Nos orçamentos em que o rendimento é relativamente baixo ou com uma taxa de esforço elevada, o aumento do custo de vida já está a provocar, "mais do que derrapagens, verdadeiras ruturas dos orçamentos familiares", afirma a coordenadora do Gabinete de Proteção Financeira da Deco, Natália Nunes, em declarações à Lusa. Desde setembro, mais famílias estão a pedir ajuda perante os primeiros aumentos decorrentes da revisão periódica da prestação de crédito contratado com taxa variável indexada à Euribor. "Começam agora a vir as primeiras revisões em que o impacto é significativo", disse Natália Nunes, adiantando que é "uma grande preocupação" a atual perspetiva de a Euribor continuar a aumentar e a inflação continuar em valores elevados: "Portanto as dificuldades das famílias, infelizmente, vão manter-se por mais tempo", concluiu.

domingo, setembro 18, 2022

Há em Portugal dois milhões e trezentas mil pessoas em risco de pobreza ou exclusão social

 

Os números são relativos a 2021 e foram divulgados pelo Eurostat. Significam mais 256 mil pessoas do que em 2020 e uma subida de 5 lugares no mapa do risco europeu. Passamos a ser o oitavo país da União Europeia com maior risco de pobreza ou exclusão social.

2,3 milhões de pobres: Portugal foi o país da UE que mais subiu nos índices de pobreza e a carência atingiu jovens e idosos de forma igual

Os últimos dados do Eurostat revelam que o risco de pobreza e exclusão social está a aumentar e atinge um em cada cinco habitantes dos estados-membros da União Europeia. Mas não afeta todos por igual. É distinto por país, género, idade e composição familiar. Portugal está abaixo da média europeia, em oitavo entre os piores, e foi o que mais se afundou nas condições de vida, fruto da pandemia. Temos, agora, 2,3 milhões de pobres.

A União Europeia está a conseguir combater o risco de pobreza e exclusão?

De acordo com os últimos dados do Eurostat, relativos a 2021, a UE tem 95,4 milhões de pessoas em risco de pobreza ou exclusão social, o que representa 21,7% da população, um em cada cinco residentes nos estados-membros. Em relação ao ano anterior o aumento não foi significativo (cerca de 1%), mas ainda assim mais pessoas passaram a viver com um rendimento abaixo do limiar da pobreza ou sofrem uma privação material e social severa – não têm capacidade para ter pelo menos 7 de 13 item desejáveis ou necessários para uma qualidade de vida adequada – ou integram um agregado familiar com uma atividade laboral muito baixa, em que os adultos trabalham menos de 20% do tempo em que, potencialmente, o poderiam fazer. Basta um destes três critérios para entrar na estatística da pobreza. Mas há 5,9 milhões de europeus a acumular os três.

Portugal é o 8.º pior na lista de países com maior risco de pobreza ou exclusão social

A pandemia fez com que Portugal subisse de 13.º para 8.º na lista de países europeus com maior risco de pobreza ou exclusão social. O primeiro ano da pandemia criou 230 mil novos pobres. A pandemia, já se sabia, fez subir para 2,3 milhões os portugueses em risco de pobreza ou exclusão social, o equivalente a 22,4% da população. Os dados divulgados esta quinta-feira pelo Eurostat confirmam este agravamento, mas vão ainda mais longe: mostram que Portugal passou a ser o oitavo pior da União Europeia na lista de países com maior risco de pobreza ou exclusão social em 2021. Antes da pandemia, a taxa de pobreza ou exclusão nacional era a 13.ª mais elevada. Agora, Portugal sai-se bastante pior nesta fotografia comparativa, porquanto este aumento de 2,4 pontos percentuais representa o pior agravamento nas condições de vida das famílias a nível europeu. Os dados relativos ao bloco europeu permitem perceber que, apesar da pandemia, 12 países conseguiram diminuir a taxa de pobreza. Em termos médios, a taxa de pobreza e exclusão social subiu para 21,7%, numa ligeira subida face aos 21,6% do ano anterior, afectando agora 95,4 milhões de pessoas. Nos extremos da lista estão a Roménia, que soma 34,4% da sua população em situação de pobreza ou exclusão, e, no outro lado, a República Checa, com apenas 10,7% da sua população ameaçada por estes problemas.

sexta-feira, julho 15, 2022

Risco de pobreza das famílias monoparentais aumentou

Em apenas um ano, o risco de pobreza das famílias monoparentais aumentou de 25 para 30%. Um relatório da Pordata mostra o impacto da pandemia, com a quebra nos rendimentos a agravar a situação dos mais frágeis.