França: Canais públicos de TV sem publicidade
Foi esta semana noticiado - li no Expresso - que "muito contestada pelos partidos políticos e pelos jornalistas, a reforma do audiovisual do Presidente Nicolas Sarkozy retira aos dois canais públicos €450 milhões por ano. As estações de televisão públicas francesas deixaram de transmitir publicidade no horário nobre. A medida tem vindo a suscitar a ira dos jornalistas, entre outros sectores, mas o Presidente Nicolas Sarkozy está determinado a criar a versão francófona da BBC, o conceituado serviço público britânico de rádio e televisão, financeiramente suportado pelos espectadores (através de taxas) e pelo Governo de Sua Majestade. A abolição da publicidade, ainda que não passe de um pequeno ponto na revolução que Sarkozy está a promover no panorama audiovisual em França, é motivo mais do suficiente para a paralisação dos jornalistas do canal público. A redacção da France 3 paralisa hoje e a da France 2 amanhã. Suscitou ainda uma onda de atoardas dirigidas ao Presidente Sarkozy por parte dos principais dirigentes políticos em França, da esquerda à direita. Os opositores falam a uma só voz alegando que por detrás da abolição da publicidade no horário nobre está a intenção de favorecer os canais privados, bastante penalizados pela sucessiva contracção do mercado publicitário. As críticas vão ainda para uma outra medida: a nomeação directa do administrador da televisão estatal por parte do Eliseu. A este propósito, os opositores de Sarkozy não têm dúvidas: trata-se de um regresso a uma época de má memória em que o poder político controlava a televisão".
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