Segundo escreveu Lilia Bernardes, corresppondente do DN de Lisboa na Madeira, "Luís Marques Mendes venceu na Madeira, mas Luís Filipe Menezes não conquistou o Funchal por uma escassa diferença de 64 votos (Mendes-289; Menezes-225 ). Nalgumas das maiores freguesias do concelho como São Roque e São Martinho os militantes sociais-democratas votaram maioritariamente Menezes, havendo, inclusive, empate técnico em São Pedro. Esta é a grande surpresa da região autónoma, apesar da vitória de Mendes, e que suscita leituras políticas regionais. Por uma razão simples. Filipe Menezes não veio fazer campanha eleitoral à Madeira, não tinha mandatário, e a única relação conhecida com o Funchal é a proximidade pessoal, em termos de identificação política e de amizade, entre Miguel Albuquerque, presidente da Câmara do Funchal, e o colega autarca de Vila Nova de Gaia. Ou seja, apesar dos apelos de Alberto João Jardim, das conclusões do conselho regional com indicação de voto, o PSD Funchal fugiu, de alguma forma, às ordens do líder. Para todos os efeitos, Jardim é um semiperdedor, pois apostou tudo em Marques Mendes, oferecendo, inclusive, o palco do Chão da Lagoa, sendo que dos 2010 eleitores, Marques Mendes obteve 1124 votos e Filipe Menezes 376 (65% dos votos obtidos no Funchal). Ontem, no rescaldo das directas que deu a vitória a Luís Filipe Menezes, Alberto João Jardim diz que o PSD/Madeira "está solidário com o líder eleito, desde que o líder seja solidário connosco", lembrando que nos documentos oficiais de campanha defende o princípio da unidade diferenciada, portanto, "a vida vai continuar a andar normalmente", disse Jardim, que recusou dar conselhos ao sucessor de Marques Mendes. Para Jaime Ramos, secretário-geral do PSD/Madeira, Menezes "é um autarca de reconhecido mérito, hoje a Câmara de Gaia é maior do que a de Lisboa e faz inveja ao Porto. É um homem muito popular que apoiou as suas acções nas bases do partido (...) não é um engenheiro proveta, é um cirurgião, já foi professor catedrático, não tirou o curso de Medicina por correspondência, por conseguinte, vamos trabalhar e vai tudo correr bem", referiu. Um dos primeiros desafios de Filipe Menezes já saiu da mesa de trabalho de Jardim e chama-se primeira alteração à lei orgânica que aprovou a lei de Finanças das Regiões Autónomas. O anteprojecto entrará em breve na Assembleia da República".
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