Em entrevista à SIC Notícias, o presidente do Governo Regional eleito no domingo destacou que o bom resultado foi conseguido depois de o Executivo social-democrata ter conseguido feitos como “o maior crescimento económico de sempre, uma dívida pública mais baixa que a média europeia, a redução fiscal e um desemprego mínimo residual.”
Miguel Albuquerque será reconduzido como líder do Governo Regional da Madeira depois de, no domingo, o PSD ter obtido 43,43% dos votos nas eleições regionais. Em entrevista à SIC Notícias, o social-democrata reagiu aos resultados e garantiu que um acordo com o CDS-PP está para breve. Abordou ainda o processo em que pode vir a ser arguido e acusou os "partidos extremistas" de produzirem denúncias anónimas com o intuito de causarem "destabilização política".
Ao PSD/Madeira falta apenas um deputado para atingir a maioria absoluta, algo que, à partida, será conseguido com o auxílio do CDS-PP.
Em entrevista à SIC Notícias, o novamente eleito chefe do Executivo insular começou por assumir que, de facto, o CDS é “o parceiro preferencial” para um acordo, partido com que chegará a um entendimento, garantiu.
Quando foi investigado pelas autoridades, há cerca de um ano, o CDS tirou o tapete aos sociais-democratas e rompeu a coligação que estava em vigor, mas nem isso leva Miguel Albuquerque a pensar duas vezes sobre um novo acordo.
“Quem me tirou o tapete foi o PAN”, atirou.
Não adiantou se prefere uma coligação de governo ou um acordo de incidência parlamentar, mas, novamente, referiu que está a trabalhar no sentido de chegar a um entendimento “o mais rapidamente possível”.
“Como fizemos a coligação, temos um acordo parlamentar e temos um acordo para governo escrito. Escrito para não existirem equívocos”, revelou.
"Nunca fui corrompido por ninguém"
Questionado sobre o que fará se surgir uma acusação contra si, Miguel Albuquerque afirmou que irá esclarecer tudo o que for necessário:
“A minha convicção é que ao longo de 30 anos públicos da vida pública nunca fui corrompido por ninguém. Portanto, eu sei quem sou e sei aquilo que faço e aquilo que fiz. E, nesse sentido, a minha convicção é que não existe nessa denúncia qualquer fundamento para existir uma acusação.”
O social-democrata acredita que as denúncias anónimas de que foi alvo “matam a democracia”, acrescentando que são os “partidos extremistas” que utilizam denúncias anónimas para causarem “desestabilização política”.
“Toda esta parafernália judicial leva a que os processos durem anos e anos e anos. As pessoas ficam inibidas a exercer as suas funções para que são eleitas”, disse o líder do governo madeirense.
Novamente questionado sobre o que fará caso exista uma acusação, Miguel Albuquerque garantiu que tudo “depende da configuração da acusação” e revelou não ter consultado o processo em questão.
As críticas ao "partido do senhor Ventura"
Ainda sobre as acusações anónimas de que diz ser alvo, apontou o dedo ao “partido do senhor Ventura”:
“[André Ventura] está à espera de que as instituições democráticas e os titulares vão caindo um a seguir ao outro para depois parecer um salvador.”
Apelou ainda à população para que distinga a “utilização destes processos de forma enviesada para causar perturbação e aquilo que, na verdade, são ilícitos praticados, que nada têm que ver com esta situação.”
Miguel Albuquerque destacou ainda que o bom resultado obtido no sufrágio de domingo foi conseguido depois de o PSD/Madeira, nos últimos anos, ter conseguido feitos como “o maior crescimento económico de sempre, uma dívida pública mais baixa que a média europeia, a redução fiscal e um desemprego mínimo residual.”
“Se [os madeirenses] estivessem numa má situação, mudavam. Ou seja, querem continuar este rumo de desenvolvimento com o meu governo”, apontou.
PSD “vai subir” nas legislativas
Depois da Madeira, dentro de menos de dois meses, todos os portugueses são chamados às urnas para as legislativas.
O presidente do governo insular acredita que o PSD “vai subir”, numa altura em que os “partidos democráticos enfrentam os partidos populistas.”
Entende também que, se o PSD sair derrotado das legislativas, o partido terá de convocar um congresso, atirando para canto a possibilidade de alianças com “partidos populistas à direita”. “Acho que é muito perigoso”, acrescentou.
Mas deve o PSD viabilizar um eventual governo socialista?
“Depende dos resultados, mas normalmente o que acontece, eu sou defensor, quem ganha as eleições deve formar governo e não o contrário.”
Miguel Albuquerque desvalorizou o facto de Luís Montenegro não ter marcado presença na campanha eleitoral e frisou que o PSD na Madeira “tem um histórico de ser um partido autonomista que não precisa que venha para cá o primeiro-ministro, o líder do partido nacional, como bengala". "Nós temos uma autonomia funcional e estatutária”, explicou (veja aqui a entrevista na integra)
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