Segundo a jornalista Alexandra Correia, da Visão, “os
novos rostos da Comissão Europeia e do FMI indicarão uma mudança nas políticas
austeras da troika? Conheça quem entra, quem sai e quem fica. Os arrufos ainda
estão bem presentes. Há dois meses, o Fundo Monetário Internacional fazia mea
culpa pela situação na Grécia a dívida devia ter sido reestruturada logo desde
o início, já que não era sustentável. E apontou o dedo: a Comissão Europeia
está mais preocupada com o cumprimento das suas normas do que com o impacto das
políticas de austeridade sobre o crescimento económico. A resposta da CE foi
violenta. O FMI, disse o comissário Olli Rehn, estava a "lavar as
mãos" do que aconteceu na Grécia e a "atirar água suja" para
cima dos europeus. E foi neste contexto que se começou a falar, numa surdina
bastante ruidosa, num segundo pacote de resgate a Portugal levado a cabo apenas
pela CE. Coloca-se agora a questão: os novos líderes das duas missões a
Portugal, do FMI e da CE, irão ter outra voz que se distinga da pura
austeridade? Terá chegado a hora de, no terreno, a troika mostrar uma genuína
preocupação com o desemprego e o crescimento económico? Poder-se-ia pensar numa
resposta positiva. Da parte do FMI, o indiano Subir Lall tem defendido uma
suavização da austeridade na Alemanha, como forma de empurrar a economia. Já o irlandês
John Berrigan, da Comissão Europeia, tem criticado a falta de reconhecimento
dos países do centro em Europa em relação ao grande esforço que os mais
periféricos têm feito. Estes são os sinais. Haverá quem ainda pague para ver?"