terça-feira, janeiro 29, 2013

'O etíope é mesmo escurinho', diz João Soares...

Já no Sol, li que “o deputado socialista João Soares vem em defesa do líder da CGTP, na polémica sobre o alegado racismo na caracterização de Abebe Selassié. «O etíope é mesmo escurinho. E dizê-lo, como o disse Arménio Carlos (sou insuspeito) não é, nem de perto nem de longe, racismo», afirma o histórico do PS no Facebook. «Não vale fazer demagogia populista com coisas serias», acrescenta Soares, que foi amigo pessoal de Jonas Savimbi, o falecido líder do partido angolano UNITA. A polémica surgiu no sábado. Arménio Carlos, discursando na manifestação de professores em Lisboa, comparou os reis magos aos elementos da delegação da troika. Referindo-se a Selassié, caracterizou-o como o «mais escurinho». Nas horas seguintes, o líder da CGTP foi acusado nas redes sociais de racismo e desafiado a pedir desculpa. Mesmo na área política da esquerda as críticas surgiram abundantes.
O bloquista Daniel Oliveira observou: «Coisas extraordinárias vêm de quem menos se espera». João Ribeiro, membro da direcção do PS, perguntou no Facebook: «O Arménio Carlos já se retratou ou pediu desculpa?». Outro socialista, Sérgio Sousa Pinto, chamou «comentário deplorável» à passagem do discurso do sindicalista. Marcelo Rebelo de Sousa e o ex-deputado do CDS Narana Coissoró também criticaram. Antes de João Soares, várias vozes da esquerda – como o socialista Vítor Ramalho ou o bloquista Teixeira Lopes – vincaram que Arménio Carlos tem provas dadas no combate ao racismo, pelo que as acusações não fazem sentido. Quanto ao líder sindical, mostrou-se surpreendido pelo efeito das suas palavras, em entrevistas ao i e ao DN. «O que disse não tem nada de mal. Usei a palavra ‘escurinho’ para identificar um dos elementos, nessa analogia que fiz entre a troika e os reios magos, e é objectivo que tanto num caso como noutro existe um elemento negro», afirmou ao jornal i. «Se há quem se empenhe em Portugal pela defesa e respeito das diversas etnias, eu sou uma dessas pessoas», acrescentou. O secretário-geral da CGTP disse ainda que não tinha recebido conhecimento de pessoas que se sentissem pessoalmente ofendidas. Mas sublinhou: «Se por ventura alguém se sentiu incomodado, melindrado com o que eu disse, aproveito então esta oportunidade para pedir desculpas»