Li no Negócios que “Passos Coelho voltou a insistir na desadequação entre os descontos feitos por alguns dos actuais reformados e o valor de pensão que auferem. O primeiro-ministro esclareceu que 87% dos reformados recebem menos de 600 euros. Dos restantes 13%, “a grande maioria concentra-se na Caixa Geral de Aposentações, em pensões que se situam acima de 1.500 euros. Não estamos a falar de muitas pensões”, descreveu Passos Coelho. O primeiro-ministro esclareceu que “ninguém está a receber indevidamente pensões. Mas a lei ao longo dos anos estipulou regimes diferentes”. Foi por isso que “o PS introduziu um “cap” [tecto] para todas as pensões até 2007, [equivalente] a 12 IAS (Indexante dos Apoios Sociais)”. “Há a consciência na sociedade que os descontos não estão na proporção das pensões que são pagas. Isso é objectivo”, destacou Passos Coelho. “Hoje, toda a carreira contributiva é chamada para a pensão. Mas nem sempre foi assim”, explicou. Isso “quer dizer que houve pensionistas que fizeram descontos que não estão de acordo com o que recebem de volta. Isso foi possível porque são os activos de hoje que pagam essas pensões. Não estão num sistema de capitalização”, descreveu. E deixou uma garantia: “isso teremos de corrigir um dia”. Quanto às tais reformas abaixo de 600 euros, o que é “uma boa medida do nível de pobreza do País”, Passos explicou que “o Governo conseguiu manter pelo segundo ano consecutivo o descongelamento das pensões sociais”. A preocupação do Governo “esteve justamente com os pensionistas que tinham pensões mais baixas. As outras mantêm-se congeladas”, assegurou”.