Li aqui que a “dívida pública atingiu um novo máximoao superar a barreira de 120% do PIB. Endividamento total da economia atinge 437%. O endividamento da economia portuguesa – Estado, empresas privadas e particulares – está no valor mais elevado de sempre. Em Setembro atingiu 437% do produto interno bruto (PIB), o que representa um agravamento face aos 431,8% registados em Junho. O empréstimo da troika está a fazer engordar o “monstro” da dívida pública. De acordo com o Boletim Estatístico do Banco de Portugal, ontem divulgado, a dívida das administrações públicas ascendeu a 120,5% do PIB, um valor nunca antes atingido e que confirma a tendência de crescimento registada ao longo dos últimos trimestres. Em Junho, a dívida estava nos 117,6% do PIB e em Dezembro fixava-se em 108,1%. Estes valores comparam, por exemplo, com 71,7% no final de 2008, ano em que foi espoletada a crise financeira internacional. Estes números são contabilizados na óptica de Maastricht, na qual se incluem todas as entidades classificadas para fins estatísticos no sector institucional das administrações públicas e é utilizada como referência nos cálculos para Bruxelas. Por sua vez, numa óptica mais alargada, a dívida directa do Estado atingiu 140,7% do PIB em Setembro. Destes, 132,6% referem-se à dívida da administração central. O rácio de endividamento em percentagem do PIB das empresas privadas aproxima-se de 184%. Segundo as mesmas estatísticas, as sociedades gestoras de participações sociais não financeiras, empresas do comércio por grosso e retalho, reparação de veículos automóveis e motociclos, e os operadores de construção lideram o pódio do endividamento. A evolução de Junho a Setembro mostra que os particulares foram o único segmento a reduzir o rácio de endividamento, ainda que a diminuição tenha sido residual. Em Junho, a dívida das famílias fixava-se em 101,2% da riqueza gerada no país, recuando para 101,1% em Setembro. As estimativas do governo e da troika apontam que a dívida pública (na óptica de Maastricht) se situe em 119,1% do PIB no final deste ano".