Segundo o Económico, "a Comissão Europeia está desiludida com ritmo de venda e recuperação de activos que pertenciam ao BPN e que passaram para três veículos públicos. No relatório relativo à quinta avaliação da troika ao programa de ajustamento de Portugal, a entidade defende que "a recuperação de activos do BPN que foram transferidos para os veículos é desapontante". E justifica a razão pela qual a gestão destes activos será entregue a uma entidade externa: "a estrutura de incentivos para o pessoal dos veículos é sub-óptima, uma vez que recuperações bem-sucedidas implicariam a dissolução dos veículos". Ou seja, a função dos trabalhadores dos veículos é recuperar o valor dos activos, sendo que quando tal fosse conseguido os veículos seriam dissolvidos, levando à perda dos seus postos de trabalho. "Dado o valor relativamente elevado, o Governo está disponível para várias soluções, desde um único contrato [de gestão] cobrindo todos os activos até à divisão da administração em vários lotes", explica o documento. Segundo a mesma fonte, este concurso, a nível europeu, será lançado ainda em Outubro mas só deverá estar concluído - com a escolha da entidade gestora - em Março de 2013. Os veículos em causa são três sociedades públicas criadas para absorver "activos tóxicos" do BPN, nomeadamente créditos, imobiliário e participações sociais em empresas. Aquando da compra do BPN pelo BIC, estes veículos já haviam sido passados para a esfera pública. Da recuperação dos activos destes veículos (por exemplo cobrança de créditos) dependerá a factura final a pagar pelo Estado português no processo BPN. Ou seja, quantos mais activos for possível alienar ou recuperar, menor a factura para o país".
