sexta-feira, maio 18, 2012

Bagão Félix: "Pensionistas descontaram 14 meses têm direito a 14 prestações"

Segundo o Dinheiro Vivo, o ex-ministro das Finanças e da Segurança Social, Bagão Félix, criticou ontem o Governo por "concentrar nos pensionistas o corte do subsídio de férias e de Natal, considerando que "essa carga devia ser distribuída por toda a população portuguesa". Assim, salienta, "fez-se apenas pagar alguns e sobretudo os pensionistas", que em cada ano descontaram 14 meses. "Se descontaram 14 meses têm direito a 14 prestações, não a 12", sublinhou, considerando que a medida que tem algum "caráter confiscatório". Já sobre a reforma da Segurança Social, Bagão Félix diz que "não vale a pena perdermos tempo com questões marginais, temos de ir às questões essenciais". E estas são, no seu entender, a criação de riqueza e de produtividade, do lado da economia, e do lado da Segurança Social, "continuar com algumas reformas paramétricas", como seja o aumento da idade da reforma, o que em Portugal já foi feito em 2007. "Não va,os entrar em sistemas de aumento mecânico da idade da reforma porque esses aumentos mecânicos além de só produzirem efeitos muito mais tarde, destapam o lençol do outro lado. Pôr as pessoas mais tempo no mercado de trabalho, poupa-se em pensões mas depois vai-se gastar em subsídios de desemprego", frisa. Questionado pelos jornalistas sobre a situação grega e os efeitos para Portugal de uma eventual saída do euro deste país, Bagão admitiu que acredita "cada vez menos" na manutenção da Grécia na moeda única. Quanto aos efeitos para Portugal, por arrastamento, afirmou: "Não lhe sei responder". No entanto, sublinhou: "Apesar de tudo acho que Portugal tem tido um caminho bastante distinto, para melhor, do que a Grécia, em termos de paz social, em termos de consenso político, em termos de acalmia na rua". E não poupou críticas à construção europeia. "O que sei é que o euro é uma construção que tem um pecado original. Não há construção de uma moeda única sem federalismo orçamental. E esse erro é um erro de voluntarismo político porque bastava olhar para alguns manuais e perceber que não há uniões monetárias desta maneira. Estamos a pagar uma fragilidade de nascença", sublinhou".

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