Escreve po jornalista do Publico Hugo Daniel Sousa, "nem só nos campeonatos profissionais se discutem mudanças. A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) tem em marcha uma revolução nas provas que organiza, tendo já aprovado o fim da III Divisão e uma reorganização da II Divisão. Com luz verde de uma aprovação em assembleia-geral da FPF (início de 2009), falta apenas o regulamento para que esta mudança seja colocada em prática, sendo certo que haverá um período de transição. A proposta apresentada por Rui Manhoso, vice-presidente da FPF, prevê que a II Divisão passe a ter 80 clubes - actualmente tem 48 emblemas. "A nossa proposta vai no sentido de criar oito séries de dez equipas", explicou o "vice" da FPF em declarações ao site do organismo, no final de Janeiro. "Numa segunda fase entrarão os dois primeiros classificados de cada série para uma grande fase final com duas séries de oito equipas. Os primeiros classificados de cada série disputarão o título de campeão, enquanto os segundos classificados disputarão o acesso à Liga Orangina", adiantou ainda o dirigente. A III Divisão, que é disputada por 93 clubes, será desmantelada, com uma parte dos emblemas a subir ao novo campeonato nacional da FPF (que terá um nome diferente) e outra parte a descer para os campeonatos distritais. Na nova II Divisão, "os últimos dois classificados das oito séries descem automaticamente". "Dessa forma, descem 16 equipas - os outros quatro, que descerão de divisão, serão encontrados numa competição disputada entre os oito sextos classificados de cada série." O formato final da nova prova está ainda a ser discutido entre a FPF e as associações. O PÚBLICO sabe que algumas estão contra esta mudança, mas aguardam os desenvolvimentos da alteração dos quadros das competições profissionais antes de tomarem uma posição pública. Quem já assumiu publicamente ser favorável à alteração foi a Associação de Santarém. "Achamos que a III Divisão é financeiramente um desastre para os clubes e não tem interesse desportivo. E a própria FPF já assumiu que tem um prejuízo com o campeonato de perto de 500 mil euros por época", explicou ao PÚBLICO Francisco Jerónimo, presidente da AF de Santarém. "Damos o apoio à proposta da FPF, por ter um carácter regionalista, com as oito séries. Isto provoca uma diminuição de custos em deslocações e um aumento de receitas, por causa dos derbies. Também era essencial a obrigatoriedade de subida à II Divisão de todos os campeões distritais", acrescentou o dirigente associativo. Já Nuno Lobo, presidente da Associação de Futebol de Lisboa, está a preparar um projecto com algumas alterações à proposta da FPF, esperando que em Março ou Abril haja uma assembleia-geral para discutir "os quadros competitivos" no seu todo, até por causa das mudanças em curso nas provas profissionais. "O que vier a ser a II Liga também vai mexer com as subidas e descidas à II Divisão", aponta o líder da associação lisboeta. À luz dos novos estatutos, o novo regulamento da II Divisão nem precisa de ser aprovado em assembleia-geral, embora não se saiba se a direcção da FPF deseja levar o tema a uma reunião magna. Rui Manhoso manteve-se incontactável durante todo o dia de ontem".
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