Segundo o Jornal I, "as 6157 entidades do Estado têm na gaveta há mais de 90 dias facturas de mais de quatro mil milhões de euros por pagar a fornecedores. O número apurado pelo relatório da Direcção Geral do Orçamento (DGO) mostra uma realidade negra para o sector local e para a saúde. Os pagamentos a serem feitos pela administração local - câmaras, empresas municipais e intermunicipais freguesias e serviços municipalizados -, lideram a tabela, seguidos pelos pagamentos em atraso dos hospitais-empresa (EPE). Os dois sectores (local e saúde) devem 3,2 mil milhões de euros a empresas fornecedoras de bens e serviços, o que representa 79% do total em dívida. No final de Julho, de acordo com o documento que o governo entregou à troika (o memorando de entendimento impunha que fosse entregue até ao final de Agosto), as cerca de cinco mil entidades da administração local tinham por liquidar há mais de três meses pagamentos superiores a 1,6 mil milhões de euros. Há um mês, o relatório da Inspecção Geral das Finanças de Junho dava conta de uma dívida que não alcançava os mil milhões de euros, mas o número pecava por defeito dado que nem todas as entidades tinham respondido, tal como o i noticiou no início de Agosto. No sector da Saúde o cenário não melhora. Os hospitais EPE são quem tem a maior fatia. Ao todo, os hospitais devem quase o mesmo que as câmaras e empresas municipais. 1,3 mil milhões de euros em atraso a que acrescem mais 240 milhões de euros do subsector da saúde, onde estão incluídos os restantes organismos dependentes do ministério da Saúde. As contas que a DGO entregou à troika mostram que cerca de 15% do valor em dívida pelo Estado vem das administrações regionais. Madeira e Açores têm por pagar 634 milhões de euros, mas o relatório não especifica os valores de cada região. O documento mostra ainda um dado curioso: a dívida das regiões autónomas é mais do dobro do que a administração central do Estado (excluindo a Saúde) tem por pagar. Ao todo, as 640 entidades do Estado central devem a fornecedores 310 milhões de euros. No fim da tabela, aparecem aquilo a que o relatório chama de "entidades públicas reclassificadas" com um valor a pagar de 58 milhões de euros, mas de referir que são menos entidades (22) em análise. Já as empresas públicas não incluídas na administração pública (29) devem 13 milhões de euros”.
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