Uma coisa parece-me óbvia. A realização de eleições legislativas antecipadas – mesmo que pensadas por alguns – não estavam nas previsões do Congresso Regional do PSD da Madeira que, desta forma, vai ter que readaptar-se a compromissos eleitorais mais imediatos e que porventura terão lugar ainda na ressaca das eleições presidenciais – e por isso acho que há partidos regionais eu podem ter uma determinada opinião mas que se pensarem nesta questão acabam por mudar de atitude, sobretudo os mais penalizados nas presidenciais, por muito que se pretendam separar actos eleitorais – com todas as consequências daí resultantes. Por outro lado, em termos mediáticos, mesmo tratando-se de um congresso regional, a verdade é que a projecção para o espaço nacional é sempre um objectivo, que neste caso fica condicionado ao facto do PS nacional ter o seu congresso nacional exactamente nas mesmas datas. Não é por causa disso, obviamente, que o PSD-Madeira vai deixar de fazer, discutir, debater e aprovar o que tiver que ser feito, discutido, debatido e aprovado. Mas temos que ter presente esta nova realidade, pois um congresso nacional do PS num cenário de “moralidade” (leia-se, sem eleições) tinha o valor que tinha, o qual passa a ser substancialmente diferente quando são previsíveis, mesmo com a reeleição de Sócrates garantia nas “directas”, eventuais actos de contestação e de crítica à liderança do primeiro-ministro demissionário, particularmente à violência das medidas constantes do PEC 4 – e das quais subitamente ninguém fala – do aumento da contestação social já visível em todo o país e da forma absolutamente intolerável como geriu silêncios e suprimiu informação que obrigatória e eticamente deveria ter propiciado antes de assumir compromissos em Bruxelas. Uma coisa é certa, o PSD-Madeira terá que "adaptar" o seu congresso regional a uma nova realidade política, que passa a ser factual e não meramente académica como acontecia até ontem.
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