Li no DN de Lisboa, num texto da jornalista Ana Bela Ferreira que “o Ministério da Saúde (MS) vendeu quatro hospitais de Lisboa a uma empresa do Estado, por 111,5 milhões de euros, dos quais foram usados 75 milhões para aumentar o capital de 18 hospitais EPE (Empresas Públicas Empresariais) e fazer face às suas dívidas. Entre as unidades vendidas, os hospitais de Santa Marta, São José e Capuchos vão ser integrados no novo Hospital de Todos os Santos, que deve abrir em 2013. Movimento de Utentes teme que a qualidade dos serviços para os utentes seja afectada, enquanto a Associação de Administradores Hospitalares lamenta a perda de património por parte do Ministério da Saúde. Os hospitais de Santa Marta, São José, Capuchos e Miguel Bombarda pertencem agora à sociedade Estamo, detida pela empresa pública Parpública. Segundo fonte do Centro Hospitalar de Lisboa Central - do qual fazem parte Santa Marta, São José Capuchos e o pediátrico Dona Estefânia -, os hospitais entretanto vendidos não pagam renda "pela utilização dos edifícios das unidades hospitalares", refere a Lusa. Mas o MS admite ao DN que o "o pagamento de renda está contratualmente previsto nas situações identificadas". Deixando assim antever que alguma das unidades paga ou vai pagar renda. O MS não adiantou, contudo, mais informações sobre esta questão. O encargo com pagamento de renda dos imóveis é uma das preocupações do presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH). "Não sabemos se o Ministério precisava de vender agora este património, nem se vai ficar a pagar renda. É que, afinal, o novo Hospital de Todos os Santos ainda nem começou a ser feito e não sabemos o que vai acontecer se não estiver pronto em 2013", aponta Pedro Lopes. O dirigente considera ainda assim que o mais grave é "a perda de património" por parte da tutela. "Quando o património deixa de existir, fica-se numa posição mais desconfortável", acrescenta. Já o Movimento dos Utentes dos Serviços de Saúde (MUSS) teme que esta venda possa prejudicar os utentes. "Gostaríamos que tudo o que fosse feito pelo Ministério da Saúde fosse para benefício dos utentes, mas o que vemos é cada vez mais uma privatização", defende o presidente do MUSS, Manuel Villas-Boas. Por outro lado, o líder do movimento diz que "não era necessário vender os quatro hospitais para encaixar dinheiro. O Ministério tinha outras formas de contribuir para uma gestão mais racional dos hospitais”.
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