terça-feira, junho 09, 2009

João Jardim na TVI: Justiça e Estado de direito

"Eu confesso que nunca percebi muita coisa desta Democracia que temos. Num País livre, tudo é complicado, burocrático. Chego a pensar que isto é assim, para permitir que vários seres, com poderes de decisão nas mais diversas repartições da Administração Pública, se sintam com poder, até no aceitar ou rejeitar um simples papel. E depois, lá no bairro, ao fim da tarde, aparecerem em pijama, à varanda, ainda mastigando um bolinho de bacalhau, e berrarem para a vizinhança, em modos de ser ouvidos, a prova dos seus esqueléticos poderes: “Olha, havia um gajo que queria fazer algo, mas eu disse-lhe que não podia ser assim”.
E como Portugal está mergulhado numa inflação legislativa e regulamentar incompetente, tudo se pretende controlar minuciosamente na vida dos cidadãos. E até na vida dos Partidos políticos.
Tudo se pretende policiar, partindo do princípio que se vive num País de ladrões e de aldrabões, suspeitando-se de tudo e de todos, em vez de se propiciar a Liberdade que faz o Desenvolvimento, que ampara a iniciativa, que traz a inovação, a criatividade, o investimento, o progresso.
E então, depois, se houver aldrabices, aí lhes chegar forte e feio.
Chegou-se ao ponto de se propôr leis em que se pretende inverter o ónus da prova.
Quando é elementar Princípio do Estado de Direito democrático que, quem acusa, é que tem de provar o que diz.
Tenham, mas é juízo!..."
(Crónica de Alberto João Jardim para a TVI24)

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