Loja do Cidadão impõe regras rígidas às funcionárias

Retomando um comentário ontem aqui publicado, recordo que o Correio da Manhã deu conta que "o uso, em serviço, de blusas decotadas, saias muito curtas, gangas, perfumes com cheiro agressivo, roupa interior escura, saltos altos e sapatilhas, é proibido às funcionárias da Loja do Cidadão de 2ª geração de Faro, inaugurada no passado dia 3, com a presença do primeiro-ministro. Esta proibição foi entregue aos funcionários, no decorrer de uma acção de formação promovida pela Agência de Modernização Administrativa (AMA), antes da abertura da loja e denunciada por uma funcionária, que pediu anonimato. Maria Pulquéria Lúcio, vogal do Conselho Directivo da AMA, confirmou ao CM a realização dessa formação, 'que é normal antes da abertura de uma loja', diz. 'Essa acção incide sobre várias matérias e, em particular, sobre o que deve constituir um atendimento de qualidade, que ajuda ou prejudica o relacionamento com os cidadãos', explica a vogal da AMA, que confirma ter sido abordada a proibição de uso de decotes exagerados, perfumes agressivos e gangas, mas nega a referência a saltos altos e roupa interior escura. 'Esses aspectos de postura pessoal foram abordados como importantes para uma imagem cuidada que se privilegia e que tornará o contacto com o cidadão mais agradável', refere. Os funcionários em serviço na Loja do Cidadão de Faro foram recrutados ao Instituto de Registo e Notariado, quando exerciam funções nas Conservatórias da região. Salientam ainda a falta de uma sala para o pessoal e de vestiário para mudança de roupa. 'Exigem-nos o uso da farda, mas não temos onde vesti-la e despi-la', queixou-se a mesma funcionária. Maria Pulquéria Lúcio refere que o fardamento obrigatório nas lojas é o uso de um lenço para as senhoras e de uma gravata para os homens, afirmando não estar prevista, de momento, a sala e o vestiário.'Poderão ser equacionadas se se revelarem muito importantes para o bem-estar dos funcionários', garante a vogal da AMA".