terça-feira, abril 14, 2009

Interessante...

Aos interessados nesta polémica recomendo a leitura deste artigo de Camilo Lourenço, publicado no Jornal de Negócios, com o título "A quem assusta Jaime Neves?". Oportuno: "O PCP não gostou da iniciativa de promover o Coronel Jaime Neves a Major-General, considerando-a um "prémio" para alguém que "não teve particular desempenho na Revolução e no MFA" e que "é um símbolo de concepções e práticas profundamente retrógradas e antidemocráticas".Não espanta esta reacção do partido que mais teve a perder com o 25 de Novembro de 1975. Data em que um punhado de militares com bom senso (Neves liderava o regimento de comandos da Amadora) e alguns políticos evitaram que Portugal concretizasse a célebre profecia de Henry Kissinger.A promoção de Jaime Neves é "sui generis"? É. Como houve outras. Mas é mais transparente do que outras, feitas durante o período em que militares alinhados com o PCP, aproveitando o desnorte de Spínola, passaram a mandar no País (dando cabo de um tecido económico e empresarial que ainda hoje não se recompôs totalmente).O PCP está no seu direito de protestar contra esta nomeação, que, sintomaticamente, considera uma "afronta ao projecto de Abril". Mas não se pode esquecer de duas coisas. A primeira é que ainda há gente com memória em Portugal… e não tem medo de fazer uso dela. Por outras palavras, Jaime Neves é uma das (muitas) pessoas a quem o País deve a Democracia e que, por isso, merece a nossa gratidão. A segunda é que, ao contrário de outras nomeações, feitas quando o PCP controlou o aparelho de Estado, agora, pelo menos, há liberdade para protestar. E isso faz toda a diferença. Mama sume!".

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