sexta-feira, setembro 26, 2008

PS longe da maioria absoluta e PSD afunda-se (I)

Segundo o Diário Económico, num texto a jornalista Rita Tavares, " PCP e o bloco de esquerda têm 23% das intenções de voto. Manuela Ferreira é a menos popular. José Sócrates ganha sem maioria absoluta, o PSD de Manuela Ferreira Leite não consegue melhor do que em 2005, o Bloco substitui o CDS como terceira força política no Parlamento e confirma, nas urnas, a tendência crescente da esquerda nos últimos meses (com o PCP a manter o resultado das últimas legislativas). Seria assim se as eleições à Assembleia da República fossem hoje, de acordo com os dados da sondagem da Marktest para o Diário Económico, relativos ao mês de Setembro. As entrevistas foram feitas na semana passada (entre 16 e 20 de Setembro) e já revelam os primeiros impactos de uma ‘rentrée’ política - marcada pela crise internacional - mais ‘tímida’ à direita e mais presente, na rua, à esquerda. Os resultados da projecção de voto para a Assembleia da República mostram que o PS volta a ficar aquém da maioria absoluta que conseguiu em 2005, quando conquistou 45,03% dos votos dos portugueses. Hoje, nas urnas, José Sócrates não conseguiria mais do que 36,1%, mantendo, no entanto, uma distância dilatada relativamente ao maior partido da oposição, o PSD.Há quase quatro meses em funções, a liderança de Manuela Ferreira Leite fica nos 29,3%, um resultado que só foi pior quando, precisamente há um ano, o PSD vivia a sua primeira convulsão (das duas do último ano). Nessa altura, Luís Marques Mendes deixou a Luís Filipe Menezes uns escassos 27,6% na intenção de voto dos portugueses.À esquerda, os resultados estabilizam-se em valores de dois dígitos. A CDU regista uma ligeira subida de 11,3% (em Agosto) para 12,6% (em Setembro) e o BE um recuo mínimo de 11,2 para 10,9%. Durante o último ano, só em Fevereiro é que a coligação do PCP e Verdes conseguiu um valor mais alto do que o alcançado agora. Quanto ao Bloco, mantém a intenção de voto nos dois dígitos, uma proeza que conseguiu em Março e que, desde então, ainda não lhe escapou. Nessa altura, o país assistia à maior manifestação de sempre de professores, reunindo 100 mil pessoas na rua contra a avaliação de docentes e o modelo de gestão das escolas propostos pela ministra Maria de Lurdes Rodrigues. Já neste Verão, foi o BE que mais marcou a agenda política, com iniciativas cirurgicamente marcadas para zonas balneares.No CDS houve um novo turbilhão, com Paulo Portas a ter de assumir publicamente o que omitiu durante o último ano: estava sozinho na direcção do partido, sem vice-presidentes. Ainda assim, os democratas-cristãos conseguiram uma subida em 1% nas intenções de voto para 7,1%. Todos os pequenos beneficiaram com a queda dos dois pesos pesados da política nacional. E a distância que separa PS do PSD continua larga (6,8%), mas a um ano das legislativas falta pesar o dado decisivo: a estratégia da campanha eleitoral.
Ficha técnica
A sondagem efectuada pela Marktest para o Diário Económico e Semanário Económico, realizou-se de 16 a 20 de Setembro com base nas respostas de 802 inquiridos. O objectivo do estudo era analisar a intenção de voto para a Assembleia da República e avaliar a imagem do primeiro-ministro, Presidente da República e líderes do PSD, CDS-PP, CDU e BE a também a expectativa em relação à economia. O Universo desta sondagem é a população de Portugal continental com mais de 18 anos e que habite em residências com telefone fixo. A amostra foi estratificada por regiões: 20% da Grande Lisboa, 11% do Grande Porto, 15% do Litoral Centro, 19% do Litoral Norte, 22% do Interior norte e 11% do Sul, sendo 46% homens e 53% mulheres. Sendo que 254 entrevistas foram feitas a indivíduos dos 18 aos 34 anos, 275 entrevistas a indivíduos dos 35 aos 54 anos e 273 a pessoas com mais de 54 anos. A escolha dos lares contactados foi efectuada aleatoriamente, a partir da base de telefones residenciais disponíveis em Portugal Continental. O intervalo de confiança desta sondagem é de 95%".

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