quarta-feira, julho 25, 2007

PS da Madeira e o "Código de conduta"

Miguel Fonseca é, reconhecidamente (pelo menos eu sempre o conheci como militante e antigo dirigente socialista) uma personagem do PS da Madeira. Hoje volta a dirigir-se ao seu partido em vésperas de Congresso. Desconfio que não tardarão os ataques contra Fonseca:
"Lembram-se do célebre "Código de Conduta" do "Novo PS" - plágio do "New Labor", no "Novo PS" de Gouveia tudo é imitação, o seu incongruente programa é um conjunto de plágios doutrinais incoerente e desestruturado - lembram-se? Pois ele aí está outra vez nas declarações que João Carlos Gouveia tem feito à comunicação social. Quem não concordar com ele, deve afastar-se, diz, ele que nunca concordou com as sucessivas direcções do PS e nunca se afastou nem foi afastado. Fernão Freitas é autonomista de uma determinada forma que não agrada a João Carlos Gouveia? Pois que se afaste! Duarte Caldeira denuncia o sombrio processo que levou à "eleição" de Gouveia? Afaste-se também. Mas quem é que João Carlos Gouveia julga que é, que passado socialista que se recomende, que visão de pluralismo tem para decretar quem deve ou quem não deve estar no PS? No PS, nenhum socialista é dispensável, nem Fernão, nem Caldeira, nem Trindade, nem Mota, nem Serrão, nem Gil, nem seja quem for. Que João Carlos Gouveia não tem idoneidade democrática para liderar o PS, isso é óbvio. Aspirante a ditador sem doutrina, autocrata sem rumo, tiranete sem domínio, logra alcandorar-se à posição máxima de um partido graças a jogadas de bastidores e ao arrepio das mais elementares regras democráticas e pretende ditar a quem é quem. Também eu discordo da visão autonómica de Fernão Freitas e ele discordará da minha; também eu discordo de uma visão integrista de Portugal e das suas regiões insulares e continentais, assim como o separatismo que gera a amputação da identidade, mas há uma coisa que tem de reconhecer-se em Fernão Freitas: tem ideias e sabemos quais são. E João Carlos Gouveia, que ideias tem? É autonomista? É a favor do "Integralismo Lusitano", de uma visão Integrista do País? Ninguém sabe. E ele, sabe? O que estas atitudes destemperadas de João Carlos Gouveia mostram à saciedade é que ele, que foi imposto pelo aparelho, não é o líder que o PS precisa porque pura e simplesmente não tem a capacidade de fazer a síntese da pluralidade de opiniões que formam um partido como o PS. As pessoas têm o direito a mudar. Ao que não têm direito é fingir que mudaram para servir-se de estruturas políticas para impor programas que nada têm a ver com essas organizações. João Carlos Gouveia pretende esvaziar o Congresso do PS para decidir tudo na Convenção. Tudo o que for decidido nessa Convenção não tem validade estatutária, porque quem decide a vida do PS é o Congresso. A Convenção socialista tem apenas carácter temático, não programático. Mas João Carlos Gouveia manda os estatutos às malvas e aplica informalmente o seu "Código de Conduta", declara o "Estado de Sítio" e proíbe a divergência; 'ab roga' o Congresso e impõe a Convenção. O PS não é o PRD. Aos 80% de socialistas que não apoiaram João Carlos Gouveia, apelo, desde já, à resistência (fonte: texto publicado na rubrica "Cartas do leitor" do DN do Funchal)

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